RADIS: Comunicação e Saúde, número 184, janeiro

Abstract

O texto destaca a preocupação com o aumento do diagnóstico de distúrbios mentais e o consequente uso de drogas psiquiátricas, apontando que isso não levou à redução da carga de doenças mentais. O jornalista Robert Whitaker critica a padronização de comportamentos e a medicalização da vida, ressaltando a necessidade de abordagens mais humanizadas e menos focadas na medicação. Um exemplo positivo é apresentado na região da Lapônia, na Finlândia, onde a abordagem "Diálogo Aberto" tem obtido sucesso no tratamento da psicose aguda e outros transtornos psiquiátricos, com ênfase no diálogo e na atuação de equipes multiprofissionais de saúde. No entanto, no Brasil, o Ministério da Saúde pactuou medidas que beneficiam financeiramente clínicas e hospitais privados em detrimento das políticas de saúde mental estabelecidas pela legislação, o que vai contra os princípios de humanização da Reforma Psiquiátrica. Além disso, o texto aborda a questão da tuberculose, destacando a importância de investimentos na prevenção e tratamento da doença, especialmente em estruturas multidisciplinares na atenção básica. No entanto, o desmonte do SUS e a redução dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico representam obstáculos nesse combate. O texto também menciona ataques à produção do conhecimento científico, destacando casos de perseguição a pesquisadores e tentativas de censura, o que é comparado a práticas fascistas de intimidação, perseguição e segregação. Essas ações representam uma ameaça à democracia e aos direitos fundamentais.