A Inserção do nutricionista no núcleo de apoio a saúde da família no município do Rio de Janeiro

Abstract

Segundo a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), a Estratégia Saúde da Família (ESF) constitui-se como prioridade no modelo de atenção à saúde, sendo o centro ordenador das redes de atenção à saúde no SUS. Com o objetivo de ampliar e fortalecer ações mais integrais e resolutivas, o Ministério da Saúde (MS) instituiu pela Portaria 154/GM, de 24 de janeiro de 2008, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). Esses núcleos, formados por profissionais de diferentes categorias devem constituir-se um apoio às equipes de saúde da família e compartilhar as práticas de saúde em seu território. O nutricionista inserido no NASF é a referência técnica para o desenvolvimento das ações de alimentação e nutrição. O objetivo geral deste estudo foi analisar a inserção do nutricionista no NASF no município do Rio de Janeiro, identificando os fatores limitantes e facilitadores desta inserção. O caminho do estudo foi construído a partir da abordagem qualitativa, pela percepção dos gestores, profissionais de saúde e nutricionistas. Foi utilizada a técnica de entrevista semi – estruturada, composta por perguntas abertas e fechadas. No ano de 2011, foram entrevistados 04 gestores, 05 nutricionistas e 03 profissionais de saúde da família. A análise dos dados fundamentou-se no Método de Interpretação de Sentidos, baseada na perspectiva hermenêutica e dialética, os quais se voltam para a interpretação do contexto, das razões, da lógica e contradições dos relatos, correlacionando os dados ao conjunto de inter-relações e conjunturas. Os dados foram organizados em dois eixos orientadores: processo de implementação do NASF e a inserção do nutricionista no NASF. Os entrevistados apontaram que a expansão da ESF concomitante ao processo de implantação do NASF dificultou a organização do trabalho e a qualificação das equipes. Em relação aos fatores facilitadores da inserção dos nutricionistas destacaramse três questões: o perfil nutricional da população brasileira, a insegurança alimentar e o cuidado em saúde abrangendo todas as fases do curso da vida. A gestão dos serviços de saúde tem um papel importante na organização do trabalho e no desenvolvimento de dispositivos institucionais que contribuam para o trabalho em equipe, para a construção cotidiana de novas formas de produção de práticas e de subjetividades mais cuidadoras e solidárias. Na Atenção Básica, as mudanças no modelo de cuidado em saúde e nutrição, embasadas na perspectiva da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), constitui-se ainda como um grande desafio.