Abstract in Portuguese | A matéria de capa desta edição destaca a luta por solidariedade e direitos na saúde, especialmente no que diz respeito à questão da doação de sangue por homens que fazem sexo com homens (HSH). Organizações e ativistas LGBT estão questionando no Supremo Tribunal Federal as normas que ainda discriminam esses homens, impedindo-os de doar sangue com base em sua orientação sexual. Cinco ministros já se pronunciaram a favor da queda dessa restrição, considerando-a discriminatória. Entretanto, o cenário apresentado na edição é sombrio. Os conflitos no campo aumentam, com velhas oligarquias e grupos ligados à grilagem de terras empregando milícias para ameaçar e matar em disputas territoriais, muitas vezes com a conivência de autoridades locais. Além disso, a violência contra crianças nas cidades, especialmente no Rio de Janeiro, é alarmante, com um número significativo de assassinatos, a maioria envolvendo crianças negras e residentes em favelas. A matéria também aborda questões como o incêndio e desabamento do edifício Paissandu em São Paulo, que revelaram injustiças sociais e especulação imobiliária, e o chamado "pacote do veneno", um projeto de lei que facilita o uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil, colocando em risco a saúde pública e o meio ambiente. Além disso, políticas de austeridade e redução de programas sociais estão impactando negativamente a saúde das crianças, como evidenciado pelo aumento da mortalidade infantil e dos casos de malária no país. O Sistema Único de Saúde (SUS), que completa 30 anos, enfrenta ameaças crescentes, sendo alvo de privatização e de políticas de austeridade, como a Emenda Constitucional 95, que limita seus recursos por 20 anos. Apesar desse cenário desafiador, a matéria ressalta que ação política coletiva pode alterar o curso dos acontecimentos, oferecendo uma alternativa ao que parece ser um destino inevitável. | pt_BR |