Enfrentamento do medo da violência social urbana em duas unidades de atenção básica de Itaguaí, RJ

Abstract

Estudo realizado no município de Itaguaí no ano de 2017 com os objetivos de analisar as fontes de referência sobre medo da violência e seu impacto na saúde; investigar as vivências de medo da violência urbana de usuários e profissionais da atenção básica da cidade e as formas de cuidado frente ao problema em pauta. Utilizou-se a técnica da entrevista semiestruturada como fonte de informações. Foi realizada uma análise de conteúdo temática (Bardin, 1997). As unidades de saúde abordadas trouxeram questões semelhantes. As vivências de medo dos profissionais e usuários referiram-se à violência comunitária do narcotráfico, das agressões nas relações conjugais e das diferentes manifestações de violência institucional. A qualidade da atenção prestada pelos profissionais mostrou-se prejudicada pelos sentimentos de medo e insegurança. Nos usuários destaca-se a prática da medicalização frente às suas queixas de vivências da violência. Conclui-se que a leitura do fenômeno social da violência e os seus efeitos à saúde estão presentes nas unidades abordadas e nas vidas das pessoas entrevistadas, mas as práticas profissionais e as demandas de tratamento para os casos de violência ainda se encaminham sob uma lógica reducionista, silenciando conversas importantes e prejudicando o cuidado primário em saúde.