Advisor | Araújo, Inesita Soares de | |
Advisor | Cordeiro, Raquel Aguiar | |
Author | Carvalho, Marina de Castro Ferreira Saraiva | |
Access date | 2018-10-03T14:03:05Z | |
Available date | 2018-10-03T14:03:05Z | |
Document date | 2018 | |
Citation | CARVALHO, Marina de Castro Ferreira Saraiva. Zika, substantivo feminino: a produção de sentidos sobre as desigualdades de gênero e os direitos sexuais e reprodutivos da mulher no telejornalismo nacional. 2018. 143 f. Dissertação (Mestrado em Informação e Comunicação em Saúde)-Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018. | en_US |
URI | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/29259 | |
Abstract in Portuguese | A epidemia de Zika no Brasil e sua correlação com a síndrome de malformação fetal, que tem a microcefalia como manifestação mais emblemática, receberam grande visibilidade da imprensa a partir da emergência do vírus no país, em 2015. O aumento do número de pessoas afetadas intensificou o debate público sobre questões polêmicas na sociedade brasileira, como os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, em especial o direito ao aborto. Contexto propício para a expressão de desigualdades, a situação epidêmica foi marcada por inequidades sociais, de gênero e em saúde envolvendo as pessoas afetadas pela síndrome de malformações relacionadas ao Zika. Partindo da perspectiva do campo da Comunicação e Saúde e considerando o alto poder simbólico do telejornalismo, investigamos sentidos produzidos sobre a mulher e seus direitos sexuais e reprodutivos, tomando como objeto as notícias veiculadas no Jornal Nacional (JN), da Rede Globo, e no Jornal da Record (JR), da RecordTV, principais produtos jornalísticos televisivos de alcance nacional do país. Foram considerados três episódios, correspondentes a eventos da epidemia marcantes em relação aos objetivos da pesquisa, definidos a partir da noção de drama epidêmico (Rosenberg, 2002) e aplicada à cobertura jornalística conforme proposto por Cardoso (2012) Utilizando elementos da Análise do Discursos e assumindo a perspectiva da teoria da produção social dos sentidos, com Pinto (1998) e Araujo (2002) como referências, identificamos aspectos relacionados às inequidades de gênero, sociais e relativas à saúde da mulher, mapeando as vozes autorizadas e legitimadas na cobertura noticiosa e analisando visibilidades e silenciamentos, de forma a relacionar estes elementos com a conjuntura política e socioeconômica da epidemia. A análise apontou heterogeneidades e aproximações nos dispositivos discursivos dos dois telejornais ao longo dos episódios estudados. Houve silenciamento das mães e gestantes atingidas pela epidemia no JN, que privilegiou os saberes oficiais e científicos, com apagamento das determinações sociais da emergência e do sofrimento humano. No JR, os enunciados se apresentaram mais polifônicos, com espaço de vocalização para as mulheres atingidas pelas doenças e visibilidade das determinações sociais. Os enunciados de ambos promoveram a naturalização das desigualdades de gênero e o apagamento dos obstáculos ao exercício dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres no Brasil, contribuindo para o enfraquecimento dessa discussão junto às autoridades nacionais e aos debates públicos nas esferas civil e jurídica. | en_US |
Language | por | en_US |
Rights | open access | en_US |
Subject in Portuguese | Comunicação em saúde | en_US |
Subject in Portuguese | Zika Vírus | en_US |
Subject in Portuguese | Jornalismo científico | en_US |
Subject in Portuguese | Microcefalia | en_US |
Title | Zika, substantivo feminino: a produção de sentidos sobre as desigualdades de gênero e os direitos sexuais e reprodutivos da mulher no telejornalismo nacional | en_US |
Type | Dissertation | en_US |
Defense date | 2018 | |
Departament | Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde | en_US |
Defense Institution | Fundação Oswaldo Cruz | en_US |
Place of Defense | Rio de Janeiro/RJ | en_US |
Program | Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde | en_US |
Abstract | The Zika epidemic in Brazil and its correlation with a fetal malformation syndrome, which has microcephaly as its most emblematic manifestation received high visibility of the press from the virus emergency in the country in 2015. The increase in the number of people affected intensified the public debate on controversial issues in Brazilian society, such as the sexual and reproductive rights of women, especially the right to abortion. A favorable context for the expression of inequalities, the epidemic situation was marked by social, gender and health inequities involving people affected by Zika-related malformations syndrome. From the perspective of the Communication and Health field and considering the high symbolic power of television journalism, we investigated the senses production about women and their sexual and reproductive rights, taking as object the news published in Jornal Nacional (JN), of Globo TV and Jornal of Record (JR), of RecordTV, the main national newscasts of the country. Three episodes, corresponding to events of the epidemic that hold close relation to the objectives of the research, were defined according to the notion of epidemic drama (Rosenberg, 2002) and applied to journalistic coverage as proposed by Cardoso (2012) Using elements of the discourses analysis and taking the perspective of the theory of social production of the senses, with Pinto (1998) and Araujo (2002) as references, we identified aspects related to gender, social and women\2019s health-related inequities, mapping the voices authorized and legitimized in the news coverage and analyzing visibilities and silencings, in order to relate these elements to the political and socioeconomic conjuncture of the epidemic. The analysis pointed out heterogeneities and approximations in the discursive devices of the two news programs throughout the studied episodes. There was silence of the mothers and pregnant women affected by the epidemic in JN, which privileged the official and scientific knowledge, with erasure of the social determinations of the emergency and of the human suffering. In JR, the statements were presented in a more polyphonic way, with space for vocalization for women affected by the diseases and visibility of social determinations. The statements of both newscasts promoted the naturalization of gender inequalities and the erasure of the obstacles to the exercise of sexual and reproductive rights of women in Brazil, contributing to the weakening of this discussion along the national authorities and of the public debates on civil and legal spheres. | en_US |
Affilliation | Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. | |