Pacientes hospitalizados com tuberculose no Rio de Janeiro: acesso aos serviços de atenção terciária

Abstract

O Rio de Janeiro em 2012 teve 10.871 casos novos da doença, sendo o estado de maior taxa de incidência de tuberculose no Brasil, o que pode ser explicado pela alta taxa de concentração demográfica estando em torno de 368 habitantes por km², enquanto a média nacional caracteriza-se em 22,4 habitantes por km² (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).O objetivo deste estudo foi analisar o fluxo dos pacientes com tuberculose atendidos em um serviço de atenção terciária de referência no município do Rio de Janeiro, no período de 2010 a 2014.Trata-se de um estudo ecológico com pacientes portadores de tuberculose, maiores de quinze anos, atendidos no Hospital Municipal Raphael de Paula Souza localizado no bairro de Curicica, Jacarepaguá, Rio de Janeiro, que constitui a área programática 4.0 que compreende os bairros de Jacarepaguá, Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande e Vargem Pequena; hospital este considerado de referência para o tratamento de tuberculose. O trabalho buscou conhecer o perfil epidemiológico dos pacientes hospitalizados por tuberculose, assim como caracterizar a distribuição espacial dos pacientes hospitalizados, partindo da unidade de análise bairro. Todas as informações para análise descritiva e espacial foram extraídas do SINAN TB (Sistema de Informação de Agravos e Notificação da Tuberculose). Ainda para análise espacial foi utilizado a malha digital dos setores censitários da cidade do Rio de Janeiro, obtidas diretamente do site IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os resultados evidenciaram que há predominância de entrada na atenção terciária de indivíduos do sexo masculino (67,1%), e quanto à forma clínica mais expressiva contitui-se a pulmonar (70,4%). Em relação as formas de entrada a recidiva (25,7%) e o reingresso após abandono (40,3%) se apresentam como as situações mais frequentes na unidade hospitalar de referência em questão. Percebe-se que a busca por cuidados ao referido hospital proveio dos bairro de residência periféricos a região de localização do hospital em questão, ou seja, região de Jacarepaguá; mas houve existência de indivíduos atendidos da maioria dos bairros do Rio de Janeiro, com distâncias superiores a 15 km e tempos superiores a 30 min, considerando os transportes coletivos.