RADIS: Comunicação e Saúde, número 203, agosto

Abstract

Os cortes na Educação e Ciência e Tecnologia, somados ao desfinanciamento dessas áreas, representam uma séria ameaça ao futuro do Brasil. Enquanto muitos países veem o investimento nessas áreas como uma saída da crise, no Brasil, essas áreas são frequentemente vistas como gastos dispensáveis. No entanto, esses cortes terão repercussões significativas no longo prazo, incluindo riscos à soberania, perda de competitividade internacional e êxodo de capital humano qualificado. A perda de espaço no mercado internacional devido à perda de competitividade é um risco real, conforme destacado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Além disso, o desmonte de políticas públicas e o desfinanciamento, como parte da agenda neoliberal do governo brasileiro, resultam em sacrifícios sociais e econômicos para a maioria da população, especialmente os mais pobres. O setor universitário público está particularmente vulnerável a esses cortes, o que compromete não apenas a infraestrutura, mas também a formação de novas gerações de profissionais qualificados. Os cortes nas bolsas de estudo são especialmente prejudiciais, pois desencorajam a pesquisa e levam ao abandono de projetos e ao êxodo de talentos. É crucial reafirmar o compromisso social das universidades públicas e resistir a propostas que visam sua privatização, como o programa "Future-se". Projetos de extensão, que conectam o conhecimento acadêmico às necessidades da sociedade, são essenciais nesse contexto e continuam a inspirar jovens em todo o país. Além disso, os riscos relacionados à resistência antimicrobiana destacam a importância do investimento em saneamento e higiene como medidas preventivas. Em um país que depende do agronegócio, esses riscos têm implicações significativas para a produção de alimentos e a saúde pública. Em suma, a negação da importância das políticas públicas e o desinvestimento em áreas-chave como Educação, Ciência e Tecnologia representam uma ameaça ao desenvolvimento sustentável e ao bem-estar da população brasileira. É fundamental resistir a essas tendências e defender o papel crucial dessas áreas no futuro do país.