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A IDADE DA MENARCA DA MENINA BRASILEIRA: OS FATORES SOCIO-ECONOMICOS E AS DIFERENÇAS REGIONAIS
Picanço, Marilúcia Rocha de Almeida | Fecha del documento:
1995
Director
Co-director
Afiliación
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. Departamento de Ensino. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança. Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Resumen en portugues
A Idade Menarca (IM) é um indicador de maturaçäo biológica que reflete, com muita sensibilidade, as mudanças ocorridas no desenvolvimento social e economico das populaçoes. Tem como objetivo conhecer e descrever a IM da menina brasileira, por macro-regiäo geográfica e situaçäo rural e urbana, correlacionando-a a fatores sócio-economicos, como: renda domiciliar per capita, escolaridade dos pais, tamanho da família e condiçoes de moradia. Foi utilizado como fonte secundária o banco de dados da Pesquisa NacionaL sobre Saúde e Nutriçäo - PNSN, inquérito de representaçäo nacional realizado em 1989 pelo Instituto Nacional de Alimentaçäo e Nutriçäo - INAN/MS e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Utilizou-se um recorte das meninas de 10 a 20 anos, perfazendo um total de 6.928 meninas. A obtençäo da mediana da IM foi feita pelo metodo "Status - Quo", através do processamento estatístico Probit. Utilizou-se o doft SAS (Statistics Analisys Sistems) para o tratamento estatístico. A IM encontrada para o Brasil, pelo método aqui estudado, foi de 13,02 anos. (mais ou menos 0,09). Esta mediana é similar a de países do primeiro mundo e mais tardia que alguns países da América Latina, como Argentina, República Dominicana e Venezuela para o Brasil rural, a IM foi de 13,18 anos e para Brasil urbano, de 12,89 anos, com uma diferença de 0,29 anos, sendo esta diferença estatísticamente significativa. As macro-regioes apresentaram diferenças entre si, sendo a macro-regiäo Nordeste a que apresentou a IM mais tardia, com 13,70 anos para a situaçäo rural e 13,0 anos para a urbana comparando a situaçäo rural da regiäo Nordeste com a situaçäo urbana da regiäo Sudeste, encontrou-se uma diferença de 0,95 anos. A mediana da IM, determinada pelas variáveis sócio-economicas para o Brasil em geral, apresentou diferenças e associaçäo positiva entre menarca tardia e baixas condiçoes sociais. A mediana da IM por renda das meninas que estao inseridas nas famílias de menor poder aquisitivo, com renda domiciliar per capita ate hum salário mínimo, quando comparadas com aquelas com renda de mais de quatro salários mínimos, apresentou uma difernça de 0,75 anos. Ao se analisar por renda para as situaçoes rural e urbana, a diferença foi maior, sendo a IM das meninas da zona rural, mais tardia que as meninas da zona urbana em 0,83 anos. As meninas cujos pais tinham escolaridade baixa, ou eram analfabetos, apresentaram diferença de 1,29 anos, quando comparadas aquelas cujos pais possuíam curso superior. O tamanho da família também foi um fator importante para se relacionar a maturaçäo mais tardia ou mais precoce. As meninas cujas famílias tinham mais de dois irmäos, apresentaram a IM mais tardia que aquelas que tinham menos de dois irmäos. Concluí-se com este estudo que, existe uma diferença entre a mediana da IM nas diversas regioes brasileiras assim como nas situaçoes rural e urbana, onde as meninas que estäo submetidas a baixas condiçoes de vida maturam mais tardiamente. E necessário, entretanto, novos estudos onde se possa aprofundar as questoes ligadas a origem dos país, a situaçäo de espaço geográfico, como a ambiência das grandes cidades, separando-se o urbano rico do pobre periférico.
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