Pelos caminhos do SUS: dimensões de uma exposição em saúde sob o olhar de seus visitantes

Abstract

A pesquisa visa construir reflexões sobre a exposição “Pelos Caminhos do SUS” que aborda o Sistema Único de Saúde no contexto da construção de uma cultura de promoção da saúde. É público que hoje o SUS está seriamente ameaçado como política de saúde e de enfrentamento das desigualdades sociais e que há iniciativas para fragiliza-lo em função do fortalecimento de políticas de privatização da saúde. Responder à pergunta: Como os visitantes recebem uma exposição sobre o SUS como política pública? Nossa hipótese é que exposições podem contribuir para a construção de uma cultura de promoção da saúde para a emancipação das classes trabalhadoras. Em 2014, O Departamento de Pesquisa, Museu da Vida/COC/Fiocruz e o Conselho Nacional de Saúde acordaram a construção de uma exposição para fomentar o diálogo com a população apresentando o SUS como política pública construída de forma participativa, destacando a importância da adesão de seus usuários. Eixos da exposição: o que é saúde (Determinação Social da Saúde); participação social; organização dos serviços; financiamento; recursos humanos. A exposição esteve no museu pelo período de 12 meses. Os educadores registraram as respostas às perguntas da pesquisa: por que você escolheu visitar essa exposição? O que mais chamou sua atenção? Por que? O que pensa sobre o SUS como política pública? Visitaram cerca de três mil pessoas; foram três meses de pesquisa com seis grupos de entrevistas abertas: familiar, universitários (2), técnicos de saúde, mestrado INI, ensino fundamental, grupo de moradores locais. Motivações para a visita: o tema saúde e saber sobre o funcionamento do SUS. O que chamou atenção: a dimensão diversa e coletiva do SUS para seu funcionamento eficaz; faltam informações sobre seu funcionamento. Pontos positivos (maioria): elogios aos profissionais, à triagem, ao atendimento humanizado. Críticas: ao sucateamento e dificuldades no atendimento. Depoimento: “Como usuários, a gente tem que empoderar mais ainda esse movimento. Não é se calar do jeito que querem não". O retorno positivo dos visitantes e o destaque de boas experiências com o SUS nos surpreendeu. Essa informação contrasta com as críticas da mídia que tendem a “demonizar” o SUS. Foi observado que existem poucos espaços para se discutir o SUS e a maioria dos visitantes não sabia que se pode participar da gestão do sistema por meio dos conselhos. Corroboramos nossa hipótese de que a exposição é um espaço de promoção da saúde de forma emancipatória.