Perfil epidemiológico de pacientes com câncer de cólon e reto em hospitais no Brasil (2000 – 2009)

Abstract

O câncer de cólon e reto é o terceiro mais incidente em homens e o segundo em mulheres no mundo (FERLAY, 2015). No Brasil, estima-se 16,83 casos/100 mil homens e 17,90/100 mil mulheres durante (INCA,2018). Mundialmente, nota-se diferenças na sua incidência por regiões e sexo (FERLAY, 2015). Conhecer o perfil epidemiológico no Brasil pode contribuir para a gestão e elaboração de políticas públicas. Objetivo geral: Analisar o perfil epidemiológico de pacientes com câncer de cólon e reto no Brasil (2000-2009). Objetivos específicos: Descrever características demográficas e clínicas de pacientes com câncer de cólon e reto. Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo composta por pacientes acompanhados e registrados em Registros Hospitalares de Câncer (RHC) no período 2000-2009. Foram incluídos pacientes diagnosticados por câncer de cólon e reto (C18-C20), baseado na Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Foram selecionados os casos analíticos, sendo considerados pacientes diagnosticados na instituição com registro hospitalar de câncer ou fora, mas com tratamento na instituição. Foram calculadas médias, medianas, desvio padrão e valores de mínimo e máximo para variáveis quantitativas. Para variáveis categóricas foram calculadas frequência absoluta e relativa. Foram registrados 60493 casos. Foi observado que os pacientes têm em média 61 anos, com desvio padrão de 14 anos. Uma fração de 77% dos pacientes tinham mais de 50 anos de idades, quando diagnosticados. Já o número de registros entre mulheres e homens foi similar, perfazendo 51% e 49% do total, respectivamente. A raça branca foi majoritária, totalizando em 65% dos casos. A escolaridade com maior percentual foi ensino fundamental, correspondendo a 66% dos registros. As regiões Sudeste e Sul, apresentaram, respectivamente, 61% e 21% dos casos. Em relação ao estadiamento do câncer, 58% dos pacientes estavam em estádio avançado (III e IV). Para 60% dos casos o primeiro tratamento foi cirurgia. Observou-se que o perfil sócio-demográfico dos pacientes compreende em sua maioria pessoas com idade acima de 50 anos, brancas, baixa escolaridade, e majoritariamente residentes das regiões Sudeste e Sul. Além disso, o estadiamento avançado (III e IV) foi encontrado na maior parte dos casos. O conhecimento desta distribuição epidemiológica aponta que devem ser favorecidas políticas focadas em fatores de proteção e na melhoria do diagnóstico.