Abstract in Portuguese | As últimas duas décadas registraram grandes transformações que têm impactado a saúde pública no mundo, com reflexos no cotidiano das pessoas e na economia mundial. A poliomielite foi erradicada e doenças imunopreveníveis tiveram
redução na sua ocorrência em muitos países. Entretanto, agravos
tidas como erradicados, como o sarampo, e antigas epidemias,
como cólera e febre amarela, voltaram a aparecer; ao mesmo
tempo, novas ameaças como vírus do ebola, a hantavirose, a
síndrome respiratória aguda grave (Sars) e a influenza afetam
grandes contingentes populacionais. Essas epidemias estão
relacionadas ao modelo de desenvolvimento econômico hegemônico no mundo, que se intensifica com o vigoroso processo
de urbanização, a degradação ambiental, o incremento do fluxo
de pessoas e mercadorias e o comércio entre os países.
Já neste século, o mundo acompanhou seis emergências
em saúde pública de importância internacional, decretadas pela
OMS. Em todas aconteceram muitas mortes. Neste contexto,
é importante mobilizar esforços internacionais capazes de articular redes assistenciais, que deem proteção aos países menos
desenvolvidos e mais vulneráveis — não só pela pobreza como
pela degradação ambiental —, e permitam que os sistemas de
saúde se estruturem para prevenir, controlar e conter os agravos
e os danos à saúde pública. Tal medida evita desassistência às
populações e permite o contínuo acompanhamento de agentes
e doenças, avaliação, transparência e compartilhamento de resultados e organização dos sistemas de saúde em todos os níveis. | pt_BR |