Nota Técnica. Limites e possibilidades dos municípios brasileiros para o enfrentamento dos casos graves de COVID19

Abstract

Uma das grandes preocupações no enfrentamento da pandemia da covid-19 tem sido a disponibilidade de estrutura hospitalar capaz de atender cerca de 20% de casos que requerem cuidados mais complexos. Mais especificamente, aproximadamente 5% exigem cuidados intensivos em unidades de saúde com capacidade de oferta de atendimento de alta complexidade. Algumas notas técnicas já foram recentemente divulgadas no país, concentradas specialmente na disponibilidade de leitos de UTI e respiradores em regiões de saúde e Unidades da Federação, com base no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)2-5. Esses estudos apresentam a insuficiência da atual capacidade instalada de equipamentos (leitos clínicos, leitos de UTI, respiradores, laboratórios) no sistema de saúde brasileiro (oferta SUS e privada), assim como desigualdades regionais, reportando para maiores ou menores ajustes frente ao crescimento das curvas de expansão da pandemia. Esta nota técnica insere-se neste contexto de produção. Na perspectiva do monitoramento da estrutura hospitalar frente à evolução da pandemia de covid-19 causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) no país, objetiva caracterizar o ponto inicial de observação - fevereiro de 2020 - buscando adicionar contribuições em dois sentidos: 1) considerar, para além dos leitos de UTI e respiradores/ventiladores, a disponibilidade de outros equipamentos importantes para a provisão de cuidados a pacientes que requeiram estabilização em quadros graves; 2) identificar um conjunto de municípios inicialmente aptos para o atendimento hospitalar de pacientes com covid-19.