Ciência e teatro: discutindo a relação espetáculo-espectador na peça “O problemão da Banda Infinita”

Abstract

O presente estudo consistiu em analisar a recepção do público da peça infantil O pro-blemão da Banda Infinita, que abordou como tema principal a matemática, produzida e encenada pela equipe do Ciência em Cena, um dos espaços do Museu da Vida, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). Seu objetivo foi ter uma compreensão maior das linguagens envolvidas (linguagem científica e teatral) e do potencial de suas inte-rações. Esse estudo adotou a perspectiva da pesquisa quanti-qualitativa, com a trian-gulação das técnicas de abordagens metodológicas, incluindo: 1) entrevista com a diretora da peça 2) observação do processo de construção da peça; e 3) ficha voltada ao público-alvo (crianças de 6 a 11 anos), aplicada ao término de cada apresentação, com três perguntas e espaço para se expressarem (por meio de texto e/ou desenho) sobre o espetáculo. A análise dos desenhos teve como base o estudo de Denise Stdart (2000) sobre a experiência museal de crianças em exposições interativas. A partir dos dados coletados e analisados, observou-se que a maioria dos pequenos espectadores sinalizou uma experiência rica, lúdica e afetiva com a peça. Em um quarto dos desenhos houve representação clara de elementos matemáticos. Além disso, verificou-se que a única personagem feminina da Banda Infinita, a Pati, repre-sentada por uma atriz negra, ganhou maior destaque nos registros, sobretudo nos feitos por meninas, o que sugere uma identificação desse público com a personagem. Assim, com relação à O problemão da Banda Infinita, pode-se concluir que unir ciência e teatro foi uma estratégia acertada para disseminar conhecimento científico, artístico e cultural e estimular a inclusão social.