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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4353
CONTRIBUIÇÃO DOS FATORES CLÍNICOS, EPIDEMIOLÓGICOS E GENÉTICOS NA EVOLUÇÃO DAS LESÕES PRECURSORAS DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO
Incidence
Papillomaviridae
Polymorphism, Genetic
Risk Factors
Silva, Ilce Ferreira da | Data do documento:
2008
Título alternativo
Contributing factors of clinical, epidemiological and genetic changes in the precursor lesions of uterine cervical neoplasmsAutor(es)
Orientador
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
Introdução: Apesar dos esforços para controlar a incidência e mortalidade por câncer de colo de útero, esta neoplasia é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Tem sido internacionalmente observada uma mudança no padrão de incidência do câncer cervical, sobretudo em mulheres jovens, sugerindo uma distribuição heterogênea dos fatores
de risco nos diferentes grupos etários. A detecção precoce das lesões precursoras e seu tratamento adequado constituem as ferramentas principais para o controle da incidência e mortalidade por esta neoplasia. No entanto, há um percentual considerável de mulheres cuja evolução caracteriza-se pelo insucesso no tratamento dessas lesões ou apresentam um padrão diferenciado, devido a fatores ainda não muitos bem estabelecidos.
Objetivo: Determinar a contribuição de fatores clínicos, epidemiológicos e genéticos na evolução das lesões precursoras do câncer cervical bem como na falha de tratamento das lesões pré-neoplasicas.
Metodologia: Trata-se de um estudo observacional transversal em mulheres com lesões cervicais com indicação de colposcopia, atendidas num hospital de referência para câncer ginecológico entre outubro de 2004 a Maio de 2006; e um estudo observacional analítico prospectivo de uma coorte de mulheres com lesões precursoras do câncer de colo de útero submetido ao tratamento conservador, seguidas por 2 anos após o tratamento. As pacientes foram submetidas à uma entrevista padronizada buscando
identificar os cofatores de risco de interesse no estudo e foi coletado uma amostra de sangue periférico para determinação dos polimorfismos do códon 72 do gene TP53, utilizando as técnicas de PCR-RFLP. Foram utilizados os testes de Poisson e de Regressão Logística Múltipla para cálculos das razões de prevalência e OR, respectivamente, com intervalos de confiança de 95% no estudo transversal. Os testes
de Kaplan Meier e regressão proporcional de Cox foram utilizados para avaliação da probabilidade condicional de falha no tratamento e estimação das HR, respectivamente.
Resultados: Um total de 318 pacientes assinou o TCLE e cumpriram os critérios de inclusão. Dessas, 136 (42.8%) tinham entre 18-30 anos, 138 (43.4%) entre 31-49 anos, e 44 (13.8%) tinham 50-68 anos. Das 304 coletaram amostras de sangue periférico, 55 (18.1%)
eram homozigotos para o alelo Pro, 185 (60.9%) heterozigotos, 64 (21.1) eram homozigotos para o alelo Arg. A distribuição dos polimorfismos está em equilíbrio de Hardy-Weimberg. No grupo mais jovem, paridade e sexarca precoce apresentaram razões de prevalência bruta e ajustada de 1.16 e 1.95, respectivamente. No grupo etário de 31 – 49 anos, a idade na
menopausa e tabagismo atual foram fatores de risco independentes para HSIL/Câncer (RP:1.21 e 1.37, respectivamente). A forma heterozigota foi um fator de risco independente para o desenvolvimento de HSIL/Câncer (ORaj=1.92, 95%CI:1.03-3.59). Polimorfismos da p53 interagiram significativamente com uso de contraceptivo oral (OR interação=
3.59,95%CI:1.09-11.84). Envolvimento das margens (HR=7.01), tabagismo atual (HR=3.9) estão estatisticamente associados ao risco de falha no tratamento de lesões precursoras quando o critério de falha utilizado é confirmado histopatologicamente.
Conclusão: Os fatores de risco envolvidos no desenvolvimento do câncer cervical podem variar de acordo com o grupo etário estudado. Fatores genéticos ligados ao hospedeiro (ex. Polimorfismos do gene TP53) podem interagir com esses fatores ambientais modulando o risco de HSIL/Câncer. As margens cirúrgicas e os fatores ambientais (tabagismo, sexarca precoce, multiplicidade de parceiros e uso de contraceptivos orais) atuam conjuntamente no risco de falha no tratamento conservador
das lesões precursoras do câncer cervical.
Palavras-chave em inglês
Uterine Cervical NeoplasmsIncidence
Papillomaviridae
Polymorphism, Genetic
Risk Factors
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