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Objetivos de Desarrollo Sostenible
03 Saúde e Bem-EstarColecciones
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ESTUDOS SOBRE VARIAÇÕES NO USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE: ABORDAGENS METODOLÓGICAS E A UTILIZAÇÃO DE GRANDES BASES DE DADOS NACIONAIS
Pinheiro, Rejane Sobrino | Fecha del documento:
1999
Titulo alternativo
Studies about variations in the use of services of health: methodological boarding and the use of great bases of national dataAutor
Director
Co-director
Afiliación
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumen en portugues
O uso de serviços de saúde é um complexo processo que envolve diferentes dimensões, que consideram tanto o lado da demanda quanto o da oferta, levando em consideração desde a operacionalização de conceitos, como necessidade, as fontes de dados disponíveis, até o tipo de unidade geográfica de análise e o método estatístico empregado. Diversos trabalhos têm sido realizados na busca de associar a utilização de cuidados médicos com diferentes fatores e, principalmente, estudar se o uso se dá de maneira adequada e eqüitativa. Este trabalho desenvolve e aplica metodologias apropriadas aos estudos de variação no uso de serviços de saúde a partir da utilização de bases de dados existentes no país e está dividido em três estudos específicos. No primeiro estudo, foi analisada a existência de desigualdade social na utilização de serviços de saúde e a sua relação com a área de residência do indivíduo. A partir de informações baseadas em um questionário multidimensional aplicado a uma amostra de idosos da cidade do Rio de Janeiro, foi estudada a associação do uso de serviços de saúde com fatores sócio-demográficos, condição social, necessidade e oferta de serviços médicos. O desenho amostral complexo levou a violações de pressupostos do modelo de regressão logística, que foram tratadas na fase de análise dos dados, a partir do cálculo do efeito do desenho. O fator mais importante na explicação da variação no uso de serviços de saúde por idosos foi necessidade. Porém, ser do sexo feminino, renda, área de moradia e ter direito de usar serviço privado também mostraram efeito positivo no consumo de serviços de saúde. O modelo apontou ainda para a existência de interação entre área de residência e renda. A área de alto padrão de vida, representada neste estudo por Copacabana, não apresentou desigualdades internas no uso de serviços de saúde, sendo o efeito da renda mais importante em locais classificados em níveis de padrão de vida médio e menor (Méier e Santa Cruz, respectivamente). No segundo estudo, desenvolveu-se método de construção de mercados hospitalares em região urbana, considerando os usuários do SUS que sofreram fratura de colo de fêmur e que foram internados nos hospitais do município do Rio de Janeiro, no período 1994-1995. Utilizou-se técnica de alisamento espacial, a partir da estimativa de Kernel (quártico) para construção de áreas de atendimento de cada hospital e, posteriormente, dos mercados hospitalares. Foram apresentadas as áreas do município onde houve domínio do mercado e domínio secundário do atendimento dos pacientes com fratura de colo de fêmur, mostrando ser um instrumento útil para auxílio ao planejamento e organização do sistema de atenção à saúde. Observou-se ainda que a configuração dos mercados hospitalares variou segundo sua localização, tipo de hospital, natureza jurídica e condição social da clientela, indicando que diferentes mercados exercem práticas de qualidade diferenciadas, onde pacientes em piores condições sociais apresentam menor chance de receber tratamento recomendado no caso de fratura de colo de fêmur. No terceiro estudo, testou-se um modelo de decisão médica sobre o tipo de parto, a partir de informações sobre a gestante, o médico e o hospital onde foi realizada a internação. Com base em dados do SIH-SUS e SINASC, sobre os partos ocorridos no município do Rio de Janeiro, em 1996, e utilizando regressão hierárquica, observou-se que houve maior chance de realização de partos operatórios quanto maior era a idade da mãe. Hospitais onde a maioria das mães possuíam maior escolaridade apresentaram maiores chances de realização de partos cirúrgicos, assim como, foi fator protetor realizar partos em hospitais públicos, não considerando os hospitais universitários, onde se espera que esteja grande parte da clientela de maior risco. Entretanto, ser maternidade, apresentar maior volume de partos e maior taxa de ocupação não foram fatores que se mostraram estatisticamente significativos na explicação de maior ocorrência de partos cirúrgicos. Ao contrário do que se tem sido observado na literatura, médico contratado foi fator protetor para chances de cesárea. Os estudos realizados apontaram a variabilidade no padrão de uso de serviços de saúde entre áreas, mercados hospitalares e tipos de hospitais, com indicação de que estas variações podem estar associadas, entre outros fatores, a diferenças na condição social tanto de indivíduos, quanto do padrão de vida da área de residência dos pacientes ou mesmo da área de localização do hospital, produzindo impacto negativo na eqüidade do sistema de saúde.
Resumen en ingles
The use of health care services is a complex process with various dimensions, involving both the demand and supply sides and ranging from the operationalization of concepts such as need, sources of available data, and the type of geographic unit of analysis and statistical method employed. Various studies have attempted to associate utilization of medical care with different factors, focusing especially on adequate and equitable use. This study develops and applies appropriate methodologies for studying variation in the use of health care services, employing existing databases in Brazil, divided into three specific studies. The first study analyzes social inequality in the utilization of health care services and its relationship to area of residence. Based on data from a multidimensional questionnaire applied to a sample of elderly people from the city of Rio de Janeiro, the study focuses on the association between use of health care services and sociodemographic factors, social status, and need for and supply of medical services. The complex sampling design led to violations in logistic regression assumptions which were treated in the data analysis phase, based on calculation of the design effect. The most important factor explaining variation in use of health care services by the elderly was need. However, female gender, income, area of residence, and the right to private services also showed a positive impact on consumption of health care services. The model also identified interaction between area of residence and income. A higher income area, in this case the Copacabana neighborhood, did not display internal inequalities in use of health care services, while the effect of income was more important in areas classified as middle and lower income (Méier and Santa Cruz, respectively). The second study developed a method for the construction of hospital markets in a metropolitan area, focusing on users of the Unified Health System (SUS) with hip fractures and admitted to municipal hospitals in Rio de Janeiro in 1994-1995. The study used a spatial smoothing technique based on a Kernel (quartic) estimate for constructing areas of care for each hospital and subsequently for hospital markets. Areas of the city were presented where there was a market domain and a secondary domain for treating patients with hip fractures, proving to be a useful instrument to help plan and organize the health care system. Variation was also observed in the configuration of hospital markets according to location, type, legal characteristics, and users’ social conditions, indicating that different markets practice differentiated quality of care, whereby lower-income patients enjoy less chance of receiving recommended treatment for hip fractures. The third study tested a medical decision-making model on type of delivery in childbirth based on data concerning the pregnant woman, physician, and hospital. Based on data from the Hospital Information System of the Unified Health System (SIH-SUS) and the SINASC on deliveries in the city of Rio de Janeiro in 1996 and employing hierarchical regression, the study observed a higher probability of cesarean sections in older mothers. Hospitals treating women with more schooling showed a higher probability of performing cesareans, while childbirth in public hospitals (university hospitals not included), where most of the higher-risk clientele is expected to be located, was considered a protective factor. However, the fact that a hospital was a maternity hospital proper, performed more deliveries, or had a higher occupancy rate did not prove to be statistically significant factors in explaining the greater occurrence of cesarean sections. Contrary to observations from the literature, hired physicians were a protective factor in relation to the probability of performing cesareans. The three studies indicated variability in health care utilization patterns between areas, hospital markets, and types of hospitals, suggesting that these variations may be associated with such factors as differences in social conditions amongst both individuals and areas of residence or even hospital location, producing a negative impact on equity in the health care system.
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