O jovem e a exposição: uma análise sobre os objetos e a produção de sentidos no Museu da Vida

Abstract

É inegável hoje reconhecer os museus como lugar de produção e divulgação de conhecimentos, educação e oportunidade de lazer. As iniciativas propostas demonstram planejamento, intencionalidades e características particulares dessas instituições, que são consideradas também como ambientes não formais de educação. Nesse contexto, os museus podem ser vistos como espaços de ampliação de horizontes para o público, despertando seu interesse para aspectos culturais e históricos da humanidade, provocando curiosidade e levando o visitante a novas perguntas (VALENTE, 2009). O estudo apresentado aqui segue a abordagem qualitativa desenvolvida no campo da Educação em Museu e Divulgação Científica. A pesquisa aborda as exposições e os objetos dos museus de ciência, buscando compreender o fenômeno educacional nessas instituições. Como objetivo principal investigou-se as práticas de produção de sentidos de jovens estudantes do ensino médio em exposições de um museu de ciência. Considerando a atuação do Museu da Vida (COC/FIOCRUZ) e sua relevância no cenário nacional, nas ações de divulgação científica e educação em ciência e saúde para os mais diversos públicos que o visitam, analisamos duas exposições. A primeira é a exposição ao ar livre Parque da Ciência, de longa duração. Já a segunda é uma exposição temporária, chamada Insetos Ilustrados. Os sujeitos da pesquisa são estudantes de ensino médio de escolas públicas estaduais, localizadas em municípios do Estado do Rio de Janeiro. A pesquisa está organizada em três etapas metodológicas. Na primeira etapa foi feita a observação sistemática das duas exposições, que fazem parte do escopo da pesquisa; a segunda etapa contemplou a aplicação de um questionário sociodemográfico-cultural, aplicado antes da visita aos estudantes; a terceira etapa metodológica foi inspirada na abordagem thinking aloud, proposta pelos pesquisadores Dufresne-Tassé et al.(1998) e adaptada por Gruzman et al. (2017; 2018), onde a intenção foi compreender as observações, reflexões e considerações dos estudantes sobre os objetos que integram as exposições, por meio da solicitação de suas impressões ao longo da visita. Para fase de análise buscamos fundamentos teóricos metodológicos na perspectiva sócio histórica, pautada na Filosofia da Linguagem de Bakhtin (2003). Os resultados obtidos demostram que o museu pode exercer um papel relevante na formação cultural e educacional de jovens do ensino médio, enriquecendo o repertório que eles trazem da escola e construir sentidos a partir deste encontro, despertando novos olhares para o mundo que os cerca.