Author | Pimenta, Tânia Salgado | |
Access date | 2022-07-10T15:25:06Z | |
Available date | 2022-07-10T15:25:06Z | |
Document date | 2013 | |
Citation | PIMENTA, T. S. O Estado da Misericórdia (Rio de Janeiro, século XIX). In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 27., 2013, Natal. Anais [...]. Natal: Anpuh, 2013. | pt_BR |
URI | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53729 | |
Abstract in Portuguese | O objetivo deste trabalho é analisar a assistência à saúde oferecida à população do Rio de Janeiro durante o século XIX com foco no principal hospital do período: o da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Para tanto, pretendemos estudar a relação entre a Misericórdia e o Estado brasileiro, considerando os recursos disponíveis para o emprego na assistência hospitalar, por um lado, e o direcionamento desta assistência feito pelo Estado. Torna-se importante, deste modo, investigar os membros da irmandade da Misericórdia e os lugares políticos nos quais se encontravam, como cargos eletivos ou não e filiações partidárias, além dos debates propriamente ditos. O hospital da Irmandade da Misericórdia destacava-se por ser aberto a pessoas de qualquer grupo social, condição jurídica (escravo, forro ou livre), idade e cor. A importância do hospital residia também na proximidade com a Faculdade de Medicina. Boa parte da receita da Santa Casa era constituída por legados e doações de cristãos, que além de exercerem a caridade e cuidarem da salvação de suas almas, adquiriam prestígio social no caso de pertencerem à Irmandade. Entre os doadores, havia pessoas ligadas de alguma forma ao governo, inclusive o próprio imperador e ministros, o que proporcionava um constante diálogo com a administração da Santa Casa. Essa proximidade entre a administração do hospital e o governo, era reforçada em parte por subvenções concedidas à Misericórdia através de direitos sobre loterias e do pagamento pela assistência a grupos específicos como africanos novos, marinheiros e doentes atingidos por epidemias, sendo cobrado pela Santa Casa em diversas situações. Em contrapartida, o Estado interferia diretamente no cotidiano da Misericórdia, o que gerava conflitos. A relação entre o Estado e o hospital da Misericórdia, contudo, se modificava ao longo do tempo, dependendo dos grupos que detinham o poder em cada espaço, da presença dos médicos acadêmicos em suas enfermarias e de ameaças mais concretas de epidemias. A provedoria de José Clemente Pereira (1838-1854) diferencia-se das anteriores por sua duração e por sua circulação entre os espaços da Santa Casa e do governo, uma vez que Pereira também foi deputado e senador, ocupando as pastas do Império, Guerra, Justiça e Fazenda, além de ter sido Conselheiro do Estado. Parece ter inaugurado um novo perfil de provedor, pois muitos dos que o sucederam também exerceram tais cargos. Durante a provedoria de Clemente Pereira prevaleceu um bom entendimento entre a Santa Casa e a Coroa, o que parece ter beneficiado a Misericórdia, que durante a sua administração conseguiu manter em equilíbrio as suas contas, deu início e fim à construção de seu novo hospital e consolidou uma nova ordem em seu cotidiano. | pt_BR |
Language | por | pt_BR |
Publisher | Anpuh | pt_BR |
Rights | open access | |
Subject in Portuguese | Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro | pt_BR |
Subject in Portuguese | Hospital | pt_BR |
Subject in Portuguese | Assistência a saúde | pt_BR |
Subject in Portuguese | História | pt_BR |
Title | O Estado da Misericórdia (Rio de Janeiro, século XIX) | pt_BR |
Type | Papers presented at events | |
Abstract | The objective of this work is to analyze the health care offered to the population of Rio de Janeiro during the 19th century, focusing on the main hospital of the period: Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Therefore, we intend to study the relationship between Misericórdia and the Brazilian State, considering the resources available for employment in hospital care, on the one hand, and the direction of this assistance made by the State. It becomes important, therefore, to investigate the members of the brotherhood of Misericórdia and the political places in which they were, such as elected positions or not and party affiliations, in addition to the debates themselves. The Hospital of Irmandade da Misericórdia stood out for being open to people of any social group, legal status (slave, freedman or free), age and color. The importance of the hospital also resided in its proximity to the Faculty of Medicine. A good part of the Santa Casa's income was made up of legacies and donations from Christians, who, in addition to exercising charity and caring for the salvation of their souls, acquired social prestige if they belonged to the Brotherhood. Among the donors, there were people linked in some way to the government, including the emperor himself and ministers, which provided a constant dialogue with the administration of the Santa Casa. This proximity between the hospital administration and the government was reinforced in part by subsidies granted to Misericórdia through lottery rights and payment for assistance to specific groups such as young Africans, sailors and sick people affected by epidemics, being charged by the Santa Casa in different situations. On the other hand, the State interfered directly in the daily life of Misericórdia, which generated conflicts. The relationship between the State and the Hospital da Misericórdia, however, changed over time, depending on the groups that held power in each space, the presence of academic doctors in their wards and the more concrete threats of epidemics. The office of José Clemente Pereira (1838-1854) differs from the previous ones for its duration and for its circulation between the spaces of the Santa Casa and the government, since Pereira was also a deputy and senator, occupying the portfolios of the Empire, Guerra , Justice and Finance, in addition to having been State Councilor. He seems to have inaugurated a new profile of provider, as many of those who succeeded him also held such positions. During Clemente Pereira's office, a good understanding prevailed between Santa Casa and the Crown, which seems to have benefited Misericórdia, which during its administration managed to keep its accounts in balance, started and ended the construction of its new hospital and consolidated a new order in their daily lives. | pt_BR |
Affilliation | Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Departamento de Pesquisa em História das Ciências e da Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. | |
Subject | Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro | pt_BR |
Subject | Hospital | pt_BR |
Subject | Health care | pt_BR |
Subject | History | pt_BR |
DeCS | Hospitais | pt_BR |
DeCS | Atenção à Saúde | pt_BR |
DeCS | Assistência Hospitalar | pt_BR |
DeCS | História do Século XIX | pt_BR |
DeCS | Brasil | pt_BR |
xmlui.metadata.dc.subject.ods | 03 Saúde e Bem-Estar | |