Atenção à população LGBTQIA+ na Atenção Primária à Saúde no Brasil: uma revisão integrativa

Abstract

O presente trabalho tem como objeto a atenção à saúde oferecida à população de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexo, assexuais, assim como pessoas de outras variações de gênero e identidade sexual (LGBTQIA+) na APS, no contexto brasileiro, a partir da implementação da Política Nacional de Atenção Integral à População LGBT, instituída pela portaria nº 2.836, de 1º de dezembro de 2011.Objetivo: Analisar a literatura produzida sobre as experiências de atenção à população LGBTQIA+ na Atenção Primária à Saúde no Brasil. Abordagem metodológica: Este trabalho realizou uma pesquisa bibliográfica, do tipo revisão integrativa da literatura, sobre as experiências de atenção à população LGBTQIA+ na Atenção Primária à Saúde no Brasil. É um estudo de natureza qualitativa - aquela capaz de oferecer a compreensão de fenômenos sociais complexos incapazes de serem elucidados com a pesquisa quantitativa. Resultados: Os estudos foram classificados e ordenados de acordo com o ano de publicação, região do País, metodologia utilizada e status dos participantes. Embora o período pesquisado tenha se iniciado em 2012, apenas em 2015 foram registradas publicações. Entre os anos de 2016 e 2019 houve um aumento no número de estudos publicados relacionados ao tema desta pesquisa. Discussão: A visibilidade da população LGBTQIA+ vem crescendo e, com a veiculação de sua demanda por direitos, inclusive à saúde, é possível o assunto venha conquistando mais nos estudos sobre a saúde. A diminuição das publicações em 2020 pode estar relacionada à redução de atividades em razão da pandemia de covid-19, porém, o número de estudos é pequeno para que se possa avançar na compreensão desse fenômeno. Conclusão: Conclui-se, também que fatores morais e religiosos tem forte impacto sobre o preconceito e a discriminação, havendo relatos na literatura de profissionais de saúde que são ancorados em ensinamentos culturais, influência familiar e de grupos sociais que não aceitam a diversidade social, acreditando que pessoas fora da cisheteronormatividade são consideradas como incorretas e mesmo inaceitáveis, contribuindo para o afastamento dessa população dos serviços de saúde ofertados no SUS.