Machos estéreis disseminadores de pyriproxyfen: duas estratégias em um mesmo mosquito, para o controle de Aedes aegypti

Abstract

Integrar estratégias para o controle populacional do mosquito Aedes aegypti continua sendo a principal forma de mitigar o risco de transmissão de arboviroses, como, dengue, Zika e chikungunya. Neste contexto, o presente estudo se propôs a avaliar a associação de machos estéreis (ME) a diferentes técnicas de disseminação do inseticida pyriproxyfen (PPF), para o controle do mosquito. Machos estéreis da subpopulação Recife/Várzea foram submetidos à impregnação com o produto Sumilarv®0,5G (SUM), por borrifação a seco ou pelo contato com estações disseminadoras, para avaliar seu potencial na autodisseminação do composto. Os resultados dos testes, em condições simuladas de campo (TCS), revelaram que os ME foram capazes de disseminar o SUM para os criadouros-sentinelas, nas duas modalidades de impregnação do produto, em quantidade capaz de inibir a emergência de 10% a 100% das larvas expostas. A liberação dos ME na área externa do Hospital das Clínicas (HC/UFPE-EBSERH) levou a uma redução ≥ 70% na viabilidade dos ovos, após seis meses consecutivos de uso da Técnica do Inseto Estéril (TIE), combinada ou não à disseminação do SUM. Esta nova abordagem somada a outras já implantadas no HC resultaram em uma acentuada diminuição da quantidade de mosquitos adultos circulando no interior do hospital (±96%). Assim, os mosquitos machos estéreis impregnados com PPF surgem como potentes produtos biotecnológicos para o controle da espécie-alvo, especialmente em ambientes vulneráveis, como as unidades de saúde.