O domicílio como fator de risco na Leishmaniose Tegumentar Americana: estudo epidemiológico em Jacarepaguá, município do Rio de Janeiro

Abstract

Procuramos discutir as evidências de transmissão domiciliar ou peri-domiciliar, considerando a evolução dos conceitos relacionados com a epidemiologia da Leishmaniose Tegumentar. Analisamos mais detalhadamente os dados relativos à transmissão no bairro de Jacarepaguá, na cidade do Rio de Janeiro, em 1974, já que naquela oportunidade participamos das investigações desenvolvidas pelo Grupo de Estudo de Controle da Leishmaniose Tegumentar em Jacarepaguá, designado pelo ministro da saúde para dar atenção a um problema que preocupava os moradores da localidade. Os resultados dos trabalhos realizados deixaram na população e naqueles que atuaram na área a convicção de que, em certas circunstâncias, as ações de saúde podem contribuir para o controle da endemia. Este conhecimento, no entanto, não foi ainda aceito, incorporado nos programas de saúde. Reavaliando os dados, procuramos analisar o risco da transmissão domiciliar a partir de indicadores epidemiológicos e dos resultados encontrados por outros pesquisadores que participaram das investigações, realizando estudos entomológicos e de reservatórios animais.