Avaliação do processo de conciliação de medicamentos e de educação em saúde na alta hospitalar em um instituto nacional de referência do estado do Rio de Janeiro

Abstract

Introdução: À medida que aumentam as taxas de doenças crônicas em pediatria, aumenta também proporcionalmente a quantidade de medicamentos utilizados ​​para tratá-las. Estes pacientes são mais suscetíveis a erros de medicação. Uma estratégia para diminuir os erros de medicação é a utilização de farmacêuticos clínicos. Estes profissionais provem serviços clínicos ao paciente, à família e à comunidade. A conciliação de medicamentos e a educação em saúde são dois dos serviços clínicos providos por farmacêuticos. Objetivo: Avaliar o processo de conciliação de medicamentos e de educação em saúde na alta hospitalar em um instituto nacional de referência do estado do Rio de Janeiro. Método: Trata-se de um estudo transversal observacional prospectivo. Realizou-se este estudo por meio das seguintes fontes de dados: revisão de prontuário, entrevistas semiestruturadas com participantes e/ou familiares, revisão de prescrições e receitas médicas, revisão de dados da farmácia clínica da instituição e orientação de participantes e/ou familiares. Resultados: Em todos os participantes conciliados, foram identificadas discrepâncias. Todas as discrepâncias identificadas no estudo (32) foram classificadas como intencional, das quais 25 (78,1%) eram de ação. Este grande número de discrepâncias de ação, pode estar relacionado, em parte, em razão da internação, no momento que o paciente vai para casa, a via preferencial deixa de ser intravenosa e passa a ser via oral. Durante a entrevista no momento da alta hospitalar, apenas três responsáveis não souberam responder uma (1,3%) das perguntas do questionário. O questionário aplicado no momento da alta hospitalar, foi aplicado também no contato via telefone, porém na ligação foi solicitado que o responsável explicasse como era feito em casa. Dos sete entrevistados, não foi possível o contato telefônico com 4 participantes. Apenas 3 participantes atenderam a ligação, dos quais 2 não souberam responder uma das perguntas. Conclusão: Este estudo identificou importantes achados, entre os quais, muitas discrepâncias intencionais. Isto demonstra que os pacientes no serviço não estiveram muito expostos ao risco de erros de medicação neste estudo. No serviço estudado a educação em saúde realizada pelos médicos pode ser considerada efetiva. Porém, mesmo assim, se considera importante a participação do farmacêutico neste processo, estabelecendo uma forma de priorizar os pacientes com maior risco para ocorrência de problemas relacionados à farmacoterapia. Mais estudos devem ser realizados em outros serviços pediátricos para ampliar o conhecimento sobre a conciliação de medicamentos e educação em saúde na população pediátrica.