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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6460
O ADOLESCER DO PREMATURO: IMPLICAÇÕES DA PREMATURIDADE NO FORTALECIMENTO DA AUTONOMIA
Caroni, Mariana Malheiros | Date Issued:
2012
Author
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. Departamento de Ensino. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher. Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Abstract in Portuguese
Introdução: Nas últimas décadas, o desenvolvimento de novas tecnologias levou a um
aumento significativo na sobrevida de recém-nascidos prematuros. Com a chegada
desses indivíduos à adolescência, é importante saber de que forma a prematuridade
interfere no seu desenvolvimento, sobretudo no que se refere à aquisição de maior
autonomia, questão crucial nessa etapa da vida. Objetivos: Analisar as implicações da
prematuridade no fortalecimento da autonomia dos adolescentes, na funcionalidade, na
relação com a família e nas relações sociais. Método: Análise de narrativas obtidas
através de entrevistas com sete adolescentes com história de prematuridade nascidos no
Instituto Fernandes Figueira e sete familiares. Resultados: O estudo minucioso das
narrativas permitiu a identificação de temas organizados em dois grandes blocos,
referentes aos primeiros anos de vida e à adolescência. Sobre a primeira década de vida,
se destacaram o medo, a angústia, as alegrias e dificuldades, a importância atribuída
pelos familiares ao seguimento clínico e a pouca menção dos adolescentes a esse
período. Com relação ao adolescer, foram construídas histórias sobre sonhos, perdas,
ganhos e expectativas, chamando atenção os diferentes significados atribuídos
atualmente por pais e filhos à prematuridade e a dificuldade dos adolescentes em tomar
decisões por conta própria, com implicações no fortalecimento de sua autonomia.
Discussão: As marcas físicas e simbólicas deixadas pelos eventos do período neonatal
podem influenciar o desenvolvimento de adolescentes com história de prematuridade.
Nesta pesquisa, percebeu-se que, mais do que as sequelas clínicas, a maneira como a
família lida com essas questões é fator crucial na aquisição de maior independência e
autonomia na adolescência. Assim, acredita-se que um olhar diferenciado por parte dos
profissionais que assistem essa população é importante para identificar essas questões e
contribuir para que a vivência dessa etapa da vida ocorra de modo mais satisfatório.
Abstract
Introduction: Over the past few decades, advances in technology have resulted in
increasing survival rates of premature infants. As those individuals reach adolescence, it
becomes important to understand in which ways prematurity interferes in their
development, especially regarding the acquisition of autonomy. Objectives: Analyse
the effects of prematurity on the adolescent autonomy processes, on their functioning
and on their family and social relations. Methods: Analysis of narratives obtained from
interviews with seven adolescents who were born prematurely at Instituto Fernandes
Figueira and seven parents. Results: Narratives allowed identifying two major groups
of subjects, regarding the first years of life and the adolescence. The stories about the
first decade of life highlighted the fear, the anguish, the happiness and the obstacles
faced by the parents. Also, those stories showed the importance given by the family to
the follow up care. The adolescents, on the other hand, had little to say about this period
of life. Concerning adolescence, the narratives highlighted dreams, losses, gains and
expectations. There was a marked difference on parental and adolescent current
perceptions of prematurity. Besides, it was possible to identify the difficulty faced by
adolescents in making their own decisions, implicating, sometimes, in hindered
development of autonomy. Discussion: The physical and symbolic marks of the
neonatal period may influence the development of adolescents who were born
prematurely. As noted in this study, the way family copes with prematurity is more
important than clinical sequelae to the development of independence and autonomy.
Therefore, it is important that health care providers who deal with this population pay
particular attention to this point.
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