Proporção da vulnerabilidade para doença de chagas crônica na Bahia

Abstract

Introdução: A doença de Chagas (DC) é um relevante problema de saúde pública na América Latina. Embora essa enfermidade seja conhecida há 114 anos, com prevenção, diagnóstico e tratamento, continua acometendo populações negligenciadas, cuja prevalência não é conhecida nos territórios endêmicos, devido à subnotificação. Objetivo (s): O presente estudo tem como objetivo apresentar o mapeamento do índice de vulnerabilidade para doença de Chagas crônica no Estado da Bahia, segundo Macrorregião de Saúde e Região de Saúde de residência. Material e Métodos: Foram utilizados dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde referentes ao índice de vulnerabilidade para doença de Chagas crônica, que correlaciona três subíndices: a) Indicadores diretamente relacionados a doença de Chagas crônica; b) Indicadores relacionados a doenças/agravos decorrentes da evolução da doença de Chagas; c) Indicadores relacionados ao acesso aos serviços de saúde. A partir do Índice de Vulnerabilidade por municípios baianos, foram calculadas as médias desses índices municipais por Região de Saúde e Macrorregião de Saúde. Além disso, se calculou os desvios-padrão para essas divisões estaduais, como forma de verificar se existe uniformidade ou não nos valores desse índice nos espaços geográficos que compõem esse estudo. Resultados e Conclusão: O Estado da Bahia apresenta um elevado índice de vulnerabilidade para doença de Chagas crônica (0,481), com valor inferior apenas a três unidades federadas brasileiras. Na Bahia, os valores mais expressivos das médias dos referidos índices foram: Macrorregiões Oeste 0,165 (0,135 ± 0,092); Leste 0,144 (0,137 ± 0,067); Centro-Norte 0,130 (0,116 ± 0,066) e Sudoeste 0,120 (0,103 ± 0,064). Quanto às Região de Saúde, verifica-se que as apresentaram valores mais elevados foram Barreiras 0,185 (0,146 ± 0,106), Santa Maria da Vitória 0,183 (0,153 ± 0,090), Cruz das Almas 0,165 (0,163 ± 0,039) e Itaberaba 0,162 (0,136 ± 0,094). Reconhecer a realidade nos territórios, a partir das fragilidades observadas, é fator decisivo para o planejamento de políticas públicas. A Bahia é um estado continental, como diversas realidades evidenciadas nesse estudo. Esperamos que o índice de vulnerabilidade para DC crônica regionalizado possa ajudar gestores na análise da situação de saúde do Estado para o Programa de Controle da doença de Chagas, como forma de identificar áreas mais vulneráveis para a enfermidade e seus determinantes, possibilitando mobilizar estratégias para esse enfrentamento.