Condições em saúde bucal e nutricional em crianças da zona ribeirinha de Nova Olinda do Norte/AM

Abstract

Diante da necessidade de colaborarmos para o bem-estar e saúde da população da floresta e das águas, este estudo teve como objetivo avaliar os índices de cárie, desnutrição e obesidade em crianças de 5 a 12 anos, matriculadas nas escolas da zona rural de Nova Olinda do Norte – AM, para o fornecimento de dados essenciais para o desenvolvimento de estratégias de intervenção e promoção da saúde infantil. As crianças foram recrutadas nas escolas municipais participantes do Programa Saúde na Escola da Zona Rural, e posteriormente agrupadas em dois grupos, sendo o primeiro composto pelas crianças de 5 e 6 anos, e o segundo pelas crianças de 12 e 13 anos. A avaliação da saúde bucal e nutricional das crianças foi realizada por meio de atendimentos, cujo instrumento utilizado foi uma ficha clínica, contendo as variáveis de exame odontológico e de diagnóstico nutricional. Foi realizada análise descritiva, exploratórias, e comparativa dos dados, por meio do programa estatístico IBM SPSS Statistics versão 22. Em todas as comparações considerou-se o nível de 5% de significância nas regras de decisões estatísticas. Os resultados demonstraram que as crianças do Grupo 1 são predominantemente do sexo masculino (55,8%), da idade de 5 anos (57,1%), e que residem às margens do rio Abacaxis. No Grupo-2, prevaleceram as crianças do sexo feminino (51,8%), da idade de 12 anos (59,6%), e que residem às margens do rio Urariá (45,4%). O diagnóstico nutricional de maior prevalência em ambos os grupos foi o peso adequado (76,9% no Grupo 1; 71,6% no Grupo 2). No Grupo 1, 7,5% das crianças estavam com desnutrição, e 2,7% com obesidade. No Grupo 2, as frequências de desnutrição e obesidade foram 3,5% e 2,8%, respectivamente. O índice CEO-D mediano foi igual a 2,0 nas crianças do Grupo 1, e o índice CPO-D foi igual a 2,0 nas crianças do Grupo 2. Os graus de severidades da cárie dentária mais prevalentes foram, baixo (65,3%) nas crianças do Grupo 1, e moderado (55,3%) nas crianças do Grupo 2. Nas crianças do Grupo 2, a idade foi fator significativo no grau de severidade (p<0,0001). Não houve correlação significativa entre os índices CEO-D / CPO-D com o IMC (p>0,05). O grau de severidade foi o fator mais relevantes na necessidade de tratamento das crianças de 5 e 6 anos (p=0,031), sendo que do total das crianças deste grupo, 91,8% necessitavam de pelo menos um tratamento odontológico. Devido às altas frequências de necessidade de tratamento odontológico, concluise que as crianças ribeirinhas necessitam de maior acesso à educação, avaliação, e promoção de tratamento bucal, para garantir melhor qualidade de vida em suas comunidades.