Identificação do risco cardiometabólico e possíveis alterações da auto percepção corporal de profissionais da saúde do Rio de Janeiro durante o período da pandemia por Covid-19

Abstract

Introdução: É reconhecido que a Covid-19 comporta-se de acordo com características específicas do estado de saúde da pessoa acometida, sobretudo naqueles com doenças metabólicas associadas, sendo estas mais suscetíveis a exacerbação da infecção, o que tem se mostrado relevante na SARS-CoV-2. Os profissionais de saúde, em razão da natureza de seu trabalho, estão mais expostos ao SARS-CoV-2 quando comparados à população geral que passou pelo isolamento social, configurando atividade insalubre. O estado nutricional é descrito como um fator chave na evolução de diversas doenças infecciosas e o excesso de peso (adiposidade) está documentado como fator que agrava o prognóstico da COVID-19. Considerando dessa forma o risco desses profissionais para Covid-19 e que são escassos os estudos sobre os aspectos nutricionais dessa população específica, é oportuno investigar o estado nutricional, o risco cardiometabólico e alterações de percepção corporal que potencialmente possam aumentar a vulnerabilidade dessa população aos impactos da COVID19. Objetivo: Verificar o risco cardiometabólico, o estado nutricional e alterações da percepção corporal em profissionais de saúde no contexto de uma pandemia com a prevalência de Covid19. Métodos: Estudo transversal, observacional, descritivo. O convite para participação foi realizado através de mídias eletrônicas. A população do estudo foi constituída de profissionais da saúde, que atuam na cidade do Rio de Janeiro Os fatores nutricionais verificados foram: peso e altura relatados, circunferências (cintura, quadril, abdômen, pescoço e braço); índice de conicidade (IC) e de adiposidade corporal (IAC), além da relação cintura-quadril o risco nutricional foi verificado através do Malnutrition Screening Toll, e pelos critérios propostos pela BRASPEN, e a percepção de possíveis alterações da imagem corporal através da escala de silhueta de Stunkard. Resultados: Foram incluídos no estudo 362 participantes, com idade média de 34 anos, sendo a maioria do sexo feminino, e com nível superior completo. A infecção por Covid-19 foi relatada por 35% dos participantes. De acordo com o Índice de Massa Corporal, 146 (47%) participantes foram classificados como eutrófico, seguidos de 93 (30%) com sobrepeso e 70 (23%) com obesidade, de acordo com a circunferência do pescoço e o IAC, não houve diferença entre os casos prevalentes e não prevalentes de COVID-19 quanto ao excesso de adiposidade, já o IC, demonstrou que os casos prevalentes de COVID-19, apresentou um percentual maior de participantes com obesidade, houve alteração na auto percepção da imagem corporal e o risco nutricional foi baixo em ambos os grupos. Conclusão: Este estudo mostrou que houve pouca ou nenhuma alteração do estado e risco nutricional no contexto da pandemia nesta população.