RADIS: Comunicação e Saúde, número 267, dezembro

Abstract

A Estratégia Saúde da Família (ESF) consolidou-se nos últimos 30 anos como a base da atenção primária e o principal elo entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a população. Seu modelo promove um atendimento humanizado, baseado no respeito, escuta e vínculo com os pacientes. Esta edição especial destaca reportagens e entrevistas que exploram a importância da ESF, seu impacto na redução da mortalidade infantil e materna, ampliação da cobertura vacinal, diminuição de internações por doenças crônicas e combate à desnutrição e à tuberculose. Dados do Seminário “30 anos da ESF no SUS” confirmam que a estratégia levou serviços de saúde a regiões remotas e reduziu desigualdades. A trajetória da ESF enfrentou desafios, como cortes no financiamento do SUS durante os governos Temer e Bolsonaro. Entretanto, nos últimos anos, houve revitalização, passando de 45 mil para 52 mil equipes, cobrindo 70% da população. Hoje, o Brasil conta com 280 mil agentes comunitários de saúde. Apesar dos avanços, preocupações persistem em relação à política econômica atual, que pode comprometer investimentos na saúde e educação. Movimentos sociais alertam para os riscos à manutenção do SUS. Os depoimentos dos profissionais da ESF evidenciam o impacto transformador do trabalho diário de médicos, enfermeiros e agentes de saúde, cujo compromisso vai além da técnica, criando vínculos genuínos com a população. A formação profissional na área enfatiza a humanização e a “medicina da escuta”. A ESF é definida por palavras que simbolizam sua essência e impacto social: cuidado, pertencimento, acolhimento, presença, potência e direito – valores fundamentais para um SUS forte e acessível a todos.