The liver’s dilemma: sensing real danger in a sea of PAMPs: the (arterial) sinusoidal segment theory

Abstract

O fígado é suscetível a vírus e infecções bacterianas, tumores e danos ao tecido estéril, mas o reconhecimento do perigo imunológico no fígado é altamente não convencional. Ao analisar a imunidade inata e adaptativa no órgão, os conceitos válidos que orientam o reconhecimento do perigo e a resposta imune na periferia devem ser deixados de lado. No fígado, a anatomia vascular é um divisor de águas, pois cerca de 80% do sangue que percola o órgão chega da veia porta hepática, drenando sangue rico em moléculas da flora intestinal. Essa exposição 24 horas por dia, 7 dias por semana a grandes quantidades de moléculas de padrão molecular associado a patógenos (PAMPs) resulta em tolerância imunológica hepática. No fígado, células endoteliais sinusoidais hepáticas dendríticas, de Kupffer (KC) e até mesmo hepatócitos expressam PD-L1, uma molécula reguladora negativa de linfócitos T. A maioria das células expressa Fas-L, IL-10, TGF-b, baixos níveis de moléculas coestimulatórias, falta de ou tem baixos níveis de expressão de MHC-I e/ou MHC-II. Além disso, outros reguladores negativos, como CTLA-4, IDO-1 e prostaglandina E2 (PGE2), são regularmente expressos. Então, como o perigo real pode ser discernido e reconhecido neste mar de PAMPs? Esta é uma questão em aberto. Aqui, levantamos a hipótese de que o reconhecimento do perigo imunológico convencional pode ocorrer no fígado, mas em segmentos sinusoidais arteriais específicos e menores. Então, na tríade portal, onde a artéria hepática se ramifica no estroma e transporta sangue arterial sem PAMPs derivados do intestino, não há pressão evolutiva ou ambiental para vias imunossupressoras, e o reconhecimento do perigo imunológico convencional pode ocorrer. Portanto, em segmentos sinusoidais arteriais sem mar de PAMPs, o fígado pode reconhecer o perigo real e apoiar a imunidade inata e adaptativa.