Capacitação e sensibilização dos agentes de saúde (combate às endemias), dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de promoção ambiental para o fortalecimento da vigilância passiva de triatomíneos

Abstract

A Doença de Chagas (DC) é uma infecção parasitária causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que é transmitido aos seus hospedeiros através dos triatomíneos, o que a caracteriza como uma doença de transmissão vetorial. A vigilância desses insetos no território brasileiro ocorre de duas formas: ativa e passiva. A vigilância passiva com participação da população ocorre com o reconhecimento da presença dos triatomíneos na unidade domiciliar pelo morador, que irá notificar sua presença. O objetivo geral desse trabalho consiste em promover a qualificação profissional dos agentes de saúde (combate às endemias) (ACE), dos agentes comunitários de saúde (ACS) e dos agentes de promoção ambiental (APA) a fim de fortalecer as ações de vigilância entomológica passiva de triatomíneos nos distritos administrativos da Uvis Pirituba, localizados no município de São Paulo. Foram levados em consideração, para a escolha das áreas de estudo, o registro prévio da presença de P. megistus no território, presença de fragmentos florestais na área de abrangência da UBS, disponibilidade de dados demográficos e socioambientais, bem como a existência da Estratégia Saúde da Família. As capacitações foram realizadas a partir da aplicação de questionários para realizar o diagnóstico situacional antes e após a qualificação em todos os grupos, sendo iguais nas duas etapas. Os questionários eram compostos por dez questões fechadas, cinco questões comuns aos três grupos de agentes e cinco questões específicas, de acordo com as especificidades de cada grupo. Após as atividades de capacitação dos agentes, em todos os grupos foi observado o aumento no número de acertos das questões referentes a característica do vetor e forma de transmissão da DC. O número de acertos das questões específicas variou entre o grupo de agentes, demonstrando a criticidade de alguns assuntos de acordo com a atividade executada rotineiramente. Os ACE’s possuem menos contato com os aspectos clínicos e epidemiológicos da doença. Desse modo, foi importante observar o aumento no número de acertos quando se tratou da forma de transmissão da DC. Os ACS’s realizam poucas atividades relacionadas ao controle vetorial, e possuem suas ações mais direcionadas ao paciente e aos aspectos clínicos da doença. Por esse motivo, foi importante observar que as questões sobre o vetor, forma de transmissão e capacidade de transmissão vetorial, demonstraram um aumento significativo. O grupo constituído pelos APA’s foi o que apresentou os melhores resultados, demonstrando que as capacitações contribuíram para compreensão da doença, resultando em 100% de acertos em algumas questões. Desse modo, evidenciou-se a necessidade de continuidade e ampliação das capacitações.