Advisor | Simões, Taynãna César | |
Author | Barbosa, Érika Maria | |
Access date | 2025-04-07T17:11:59Z | |
Available date | 2025-04-07T17:11:59Z | |
Document date | 2024 | |
Citation | BARBOSA, Erika Maria. Análise espaço-temporal da judicialização da saúde em Minas Gerais: um estudo ecológico. Belo Horizonte: s.n., 2024. 124 p. Dissertação(Mestrado em Saúde Coletiva. Área de concentração: Políticas Públicas, Programas e Serviços de Saúde.)-Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. | en_US |
URI | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/69443 | |
Abstract in Portuguese | Introdução: Respaldado pela proteção constitucional, porém no descompasso entre a previsão do direito e o real acesso à saúde, o cidadão procura cada vez mais o poder judiciário para a efetivação desse direito fundamental, fenômeno chamado de judicialização da saúde.
Objetivo: Analisar o perfil da judicialização da saúde em Minas Gerais a partir da dinâmica espaço-temporal das taxas de ações judiciais impetradas no estado, no período de 2014 a 2020, avaliando possíveis fatores socioeconômicos e de acesso a serviços de saúde associados.
Metodologia: As heterogeneidades no espaço e tempo das taxas de judicialização foram descritas utilizando medidas estatísticas-resumo, análise gráfica e mapeamento. As mudanças temporais e tendências das taxas foram avaliadas através de Modelos Aditivos Generalizados (GAM). A ocorrência de clusters espaço- temporais de altas taxas de judicialização foram identificadas através da estatística Scan. As associações espaciais de indicadores socioeconômicos e de acesso a serviços de saúde foram analisadas através do mapeamento dos Índices de Moran bivariados. Todas as análises foram realizadas nos softwares livres R, RStudio, Geoda e SaTScan.
Resultados: Das 101.561 ações analisadas no período, a maioria ocorreu entre os anos de 2016 e 2019 (78,2%). A média anual foi de 14.509 processos e a taxa anual média de judicialização foi de 68,7 (variando de 2,31 a 98,67) processos por 100 mil habitantes. Houve predomínio de ações individuais (91,8%), propostas por advogados particulares (83,0%), deferidas a favor do beneficiário (93,8%). O número de objetos pleiteados variou de 1 a 56 por ação judicial, e a maioria destes (97,0%) não estavam previstos no SUS. A ocorrência da judicialização da saúde variou no espaço-tempo, com tendência crescente, sendo maior nos anos de 2016 (20,0%) e 2018 (20,4%). No ano de 2020, período pandémico da COVID-19, houve queda nas taxas de ações, provavelmente influenciada por acordos entre os órgãos de saúde e justiça, e/ou ainda, pela menor qualidade dos registros neste período. Ao longo da série temporal estudada, as microrregiões de saúde que se mantiveram com taxas de judicialização persistentemente altas (>127,79/100 mil hab.) até 2019, foram Piumhi e Uberlândia/Araguari. Outras microrregiões que se destacaram com altas taxas
foram Ituiutaba, Bom Despacho, Patrocínio/Monte Carmelo, Patos de Minas, São Gotardo, Passos, e São Sebastião do Paraíso. Foram observados dois clusters espaciais de altas taxas de judicialização estatisticamente significativos e mais importantes, compreendendo microrregiões do sudoeste do estado, entre 2016-2018, e região sudeste entre 2017-19. Ao longo do tempo, os clusters aumentaram de tamanho em termos de quantidade de microrregiões de saúde incluídas, corroborando a evidência de dispersão espacial da judicialização da saúde em Minas Gerais. Houve associação das taxas de judicialização com indicadores socioeconômicos e de acesso à saúde, possibilitando identificar microrregiões de altas taxas e condições mais vulneráveis, como prioritárias para a ação do Estado. Conclusões: O monitoramento contínuo da judicialização da saúde nos territórios é importante para direcionar a tomada de decisão dos gestores, subsidiando-os na instituição de políticas públicas mais equânimes. Recomenda-se atenção nas regiões prioritárias e monitoramento de decisões judiciais sem respaldo científico. | en_US |
Sponsorship | CAPES | en_US |
Language | por | en_US |
Publisher | s.n. | en_US |
Rights | open access | en_US |
Subject in Portuguese | Judicialização em Saúde | en_US |
Subject in Portuguese | Análise espaço- temporal | en_US |
Subject in Portuguese | Desigualdades socioeconômicas e de acesso a serviços de saúde | en_US |
Subject in Portuguese | Áreas prioritárias | en_US |
Title | Análise espaço-temporal da judicialização da saúde em Minas Gerais: um estudo ecológico. | en_US |
Type | Dissertation | en_US |
Defense date | 2024 | |
Defense Institution | Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil | en_US |
Degree level | Mestrado Acadêmico | en_US |
Place of Defense | Belo Horizonte, MG, Brasil | en_US |
Program | Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva. Belo Horizonte, MG, Brasil | en_US |
Co-Advisor | Sousa, Rômulo Paes de | |
Abstract | Introduction: Protected by constitutional protection, but due to the mismatch between the provision of the right and real access to health, citizens increasingly seek the judiciary to enforce this fundamental right, a phenomenon called judicialization of health.
Objective: To analyze the profile of the judicialization of health in Minas Gerais based on the spatiotemporal dynamics of the rates of lawsuits filed in the state, from 2014 to 2020, evaluating possible socioeconomic factors and access to health services associated with them.
Methodology: The heterogeneities in space and time of judicialization rates were described through summary statistics, graphical analysis and mapping. Temporal changes and trends in rates were assessed through Generalized Additive Models (GAM), as well as the interaction of some procedural variables. The occurrence of spatiotemporal clusters of high rates was identified through the Scan statistic. The spatial associations of socioeconomic indicators and access to health services were analyzed through the mapping of bivariate Moran's Indices. All analyses were performed using the free software R, RStudio, Geoda, and SaTScan.
Results: Of the 101,561 lawsuits analyzed in the period, the majority occurred between 2016 and 2019 (78.2%). The annual average was 14,509 lawsuits, and the average annual judicialization rate was 68.7 (ranging from 2.31 to 98.67) lawsuits per 100,000 inhabitants. There was a predominance of individual lawsuits (91.8%), filed by private attorneys (83.0%), with deferral in favor of the beneficiary (93.8%), and with a predominance of requests for preliminary injunctions (87.6%). The number of objects claimed ranged from 1 to 56 per lawsuit, and most of these (97.0%) were not covered by the SUS. The incidence of healthcare litigation varied over time, with an increasing tren highest in 2016 (20.0%) and 2018 (20.4%). In 2020, during the COVID-19 pandemic, there was a decrease in the rates of lawsuits, probably influenced by agreements between healthcare and justice agencies, and/or by the lower quality of records during this period. In addition, the analyzed database showed a deficit of healthcare lawsuits in 2020. Throughout the time series studied, the health microregions that maintained persistently high judicialization rates (higher than 127.79/100,000 inhabitants) until 2019 were Piumhi and Uberlândia/Araguari. Other microregions that stood out with high rates were Ituiutaba, Bom Despacho,
Patrocínio/Monte Carmelo, Patos de Minas, São Gotardo, Passos, and São Sebastião do Paraíso. Two statistically significant and most important spatial clusters of high rates of judicialization were observed, comprising microregions in the southwest region of the state, between 2016-2018, and in the southeast region between 2017-19. Over time, the clusters increased in size in terms of the number of health microregions included, corroborating the evidence of spatial dispersion of the judicialization of health in Minas Gerais. There was an association between the rates of judicialization and socioeconomic and health access indicators, making it possible to identify microregions with high rates and more vulnerable conditions, as priorities for state action.
Conclusions: Continuous monitoring of the judicialization of health in the territories is important to optimize decision-making and actions, contributing to the discussion of public policies that guarantee the equity of the right to health of the Brazilian population. It is recommended to focus on priority regions, as well as on important procedural variables that were not protected, such as the need for a medical prescription and support of a technical note in judicial decisions | en_US |
Affilliation | Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil. | en_US |
Subject | Judicialization in Health | en_US |
Subject | Spatio-temporal analysis | en_US |
Subject | Socioeconomic inequalities and access to health services | en_US |
Subject | Priority areas | en_US |
Member of the board | Simões, Taynãna César | |
Member of the board | Santos, Fausto Pereira dos | |
Member of the board | Castro, Mônica Silva Monteiro de | |
DeCS | Judicialização da Saúde/estatística & dados numéricos. | en_US |
DeCS | Saúde/economia | en_US |
DeCS | Indicadores de Desigualdade em Saúde | en_US |