Análise do perfil da demanda na rede de atenção oncológica no estado do Rio de Janeiro, no período de 2014 a 2021

Abstract

Esta tese teve como objetivo analisar o perfil da demanda e o acesso aos serviços de atendimento oncológico no estado do Rio de Janeiro. Considerando o contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), que busca garantir acesso universal e igualitário aos serviços de saúde, a pesquisa aborda a falta de efetividade no atendimento aos pacientes oncológicos e a judicialização da saúde. A metodologia utilizada envolveu a análise de dados do Registro Hospitalar de Câncer e do Sistema de Informação da Câmara de Resolução de Litígios de Saúde do Rio de Janeiro. O estudo foi dividido em três etapas principais: análise do perfil sociodemográfico dos pacientes atendidos na rede estadual, investigaç ão dos fatores relacionados ao tempo de espera entre o diagnóstico e o início do tratamento do câncer colorretal, e descrição do perfil dos casos oncológicos atendidos na Câmara de Resolução de Litígios de Saúde. Os resultados revelaram características dem ográficas relevantes dos pacientes atendidos na rede estadual, como idade, gênero, localização geográfica e tipos de câncer mais comuns na região. Foi observada uma predominância de pacientes do sexo feminino e uma presença significativa de idosos entre os casos analisados. Além disso, foi identificada uma ampla variação no tempo de espera entre o diagnóstico e o início do tratamento do câncer colorretal, com alguns pacientes enfrentando longos períodos de espera. A análise dos casos atendidos na Câmara de Resolução de Litígios de Saúde ofereceu informações sobre as principais demandas judiciais relacionadas ao tratamento oncológico e os desfechos desses processos os desfechos desses processos. Os resultados desta tese destacam a importância de fortalecer a rede de atenção oncológica no estado do Rio de Janeiro, com ênfase na melhoria do acesso aos serviços, na redução das disparidades e na garantia de um atendimento mais eficiente e equitativo. Medidas como o aprimoramento do sistema de registro e monitoramento do câncer, a implementação de políticas de incentivo e regulamentação, e o desenvolvimento de estratégias para reduzir os atrasos no início do tratamento podem contribuir significativamente para o aprimoramento da assistência oncológica nessa região.