O velho e o novo na obra de Aluísio Azevedo: os usos da ideia de luta pela existência das crônicas de O pensador (1880-1881) e em O cortiço (1890)

Abstract

O trabalho busca analisar os usos da ideia de luta pela existência na produção intelectual de Aluísio Azevedo entre os anos de 1880 e 1890, apoiado nas suas crônicas literárias, publicadas em O pensador (1880-1881), e em seu livro O cortiço (1890). A partir do contextualismo linguístico , na metodologia proposta por Quentin Skinner, analisaremos os usos e os significados que a ideia evolucionista de luta pela existência assumiu no seu processo de circulação entre os campos científico e literário. No decorrer desse estudo demonstraremos como a noção evolutiva subsidiou Aluísio Azevedo na discussão sobre a modernização nacional laicização do Estado, fim do regime escravista, e implantação do republicanismo e do liberalismo econômico. Com base no cotejamento da produção intelectual de Aluísio Azevedo com matrizes teóricas do evolucionismo e de intelectuais contemporâneos, abordaremos os debates nos quais o autor se envolveu no processo de recepção e usos da ideia evolutiva de luta pela existência em meio às disputas envolvendo a fé e a ciência, o religioso e o laico, a modernidade e a tradição, o escravismo e o trabalho assalariado o velho e o novo