Inquérito estadual sobre a cobertura e qualidade da atenção pré-natal e parto ofertada às mulheres indígenas na rede de atenção à saúde de Mato Grosso do Sul

Abstract

Nos últimos 30 anos, as políticas de saúde no Brasil passaram por mudanças consistentes, como a marcada expansão da Atenção Primária à Saúde (APS), que se tornou a ordenadora da Rede de Atenção à Saúde (RAS) dentro do Sistema Único de Saúde, o SUS (Paim et al., 2011). Dentre as políticas, destaca-se a atenção pré-natal, assim como seus avanços e impactos na redução da morbimortalidade materna e infantil (Leal et al., 2018). Contudo, esses avanços não alcançaram de forma homogênea a população nacional. Persistiram desigualdades étnico-raciais que comprometem a saúde de mulheres indígenas que vivenciam situações de vulnerabilidades, com ampla magnitude dos desfechos maternos e infantis desfavoráveis, quando comparadas às mulheres não indígenas (Pícoli; Cazola; Lemos, 2017; Pícoli; Cazola; Nascimento, 2019; Garnelo et al., 2019). Nesse sentido, a atenção pré-natal é prioritária para o SUS, dada a relevância da APS na oferta de cuidado continuado e integral que minimize os agravos e a mortalidade materna e infantil (Victora et al., 2011; Leal et al., 2018). Esta pesquisa se justifica pela importância de apoiar estudo epidemiológico acerca da cobertura e qualidade da atenção pré-natal e do parto ofertada à mulher indígena de Mato Grosso do Sul.