| Abstract in Portuguese | Introdução: A sexualidade é um componente vital do bem-estar humano, abrangendo uma complexidade de pensamentos, comportamentos e relações. No contexto da gestação, as mulheres enfrentam desafios únicos, desde mudanças na autoimagem até expectativas sociais. A falta de abordagem sobre a sexualidade nas consultas pré-natal destaca uma possível lacuna na atenção à saúde. Objetivo: Discutir a sexualidade feminina durante a gestação. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada com 20 mulheres, no setor de pré-natal e enfermaria de gestantes de uma maternidade de alto risco fetal, localizada no município do Rio de Janeiro. O estudo foi conduzido entre os meses de novembro de 2023 até junho de 2024. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas e foram analisados utilizando a técnica de análise temática, de forma crítica e reflexiva, conforme os preceitos de Minayo. Resultados: O estudo revela que a vivência da sexualidade feminina na gestação está fortemente ligada à autoestima, com muitas mulheres valorizando cuidados com a aparência, como unhas feitas, cabelo arrumado e maquiagem, para se sentirem mais seguras e conectadas com sua feminilidade. Ao mesmo tempo, a sexualidade é percebida de forma diversa, indo além do ato sexual e envolvendo o autoconhecimento e a relação com o próprio corpo. No entanto, as mudanças corporais durante a gravidez também geram inseguranças, especialmente entre mulheres com menor escolaridade, que enfrentam maior dificuldade para compreender e aceitar essas transformações. O desconhecimento e os mitos reforçam essas inseguranças, e a falta de diálogo entre gestantes e profissionais de saúde contribui para uma visão limitada da sexualidade, muitas vezes reduzida apenas ao sexo, sem considerar suas dimensões emocionais e culturais. A análise dos dados foi realizada por meio da tematização das falas, resultando em três categorias: Sexualidade Feminina, Vivências da Sexualidade na Gestação e Diálogo sobre a Sexualidade na Gestação. Conclusão: As gestantes enfrentam inseguranças relacionadas às mudanças físicas, como o ganho de peso, o cloasma e o surgimento de cabelos brancos, em um contexto influenciado por fatores emocionais, culturais e sociais. A pesquisa revelou lacunas significativas na orientação sexual durante o pré-natal, evidenciando a falta de diálogo entre gestantes e profissionais de saúde. Assim, é fundamental a reestruturação e atualização dos protocolos de saúde pública para garantir um atendimento integral, respeitoso e informativo, atendendo às necessidades das mulheres. | en_US |
