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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13703
EVOLUÇÃO PÓS-TRATAMENTO DE PACIENTES INFECTADOS POR DUAS ESPÉCIES DE LEISHMANIA DO SUBGÊNERO VIANNIAL. BRAZILIENSIS E L. NAIFFI
Silva, Giselle Aparecida Fagundes | Date Issued:
2015
Advisor
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Abstract in Portuguese
A principal estratégia para controlar a leishmaniose tegumentar Americana (LTA) seria a imunoprofilaxia. Entretanto, até o momento ainda não existe uma vacina, dificultando o controle da doença. Ademais, ainda não se conhece quais são as condições que contribuem para que indivíduos infectados evoluam sem desenvolver sinais clínicos da doença, apresentem insucesso terapêutico, ou que venham a desenvolver a forma mucosa da leishmaniose. O propósito desta tese foi avaliar a evolução pós-tratamento de casos de infecção por Leishmania naiffi (Ln) e L. braziliensis (Lb) sob dois aspectos diferentes: 1) descrever uma série de casos de LTA causados por Ln selecionados dentre trinta pacientes atendidos na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Manaus, no período de 2011 a 2013. 2) avaliar se a assinatura imunológica, em termos de subclasses de imunoglobulina e perfil de diferenciação celular e memória, é similar entre pacientes de Lb com até 26 anos de cura após tratamento com dois diferentes esquemas terapêuticos com antimônio. Foram estudados 43 pacientes curados de leishmaniose cutânea (LCC), sendo estes divididos em dois grupos: pacientes de LCC acompanhados desde a fase ativa até três anos (a) após cura da infecção por Lb (n= 23, LCC<3a) e pacientes LCC com até 26 anos de cura da infecção por Lb (n= 12, LCC 12-26a). Além disso, 30 isolados de Leishmania de pacientes de leishmaniose cutânea (LC) proveniente da FMT-HVD foram avaliados
Células mononucleares do sangue periférico (CMSP) foram analisadas após estímulo in vitro com antígenos de Lb. A fenotipagem das subpopulações de linfócitos T foi realizada através da citometria de fluxo quanto à ativação, imunosenescência e memória imunológica. A produção de IgG e suas subclasses anti-Leishmania foram avaliadas por ELISA. Os isolados de Leishmania foram caracterizados quanto à espécie pela técnica de isoenzimas. A presença do Leishmania RNA vírus (LRV) na Ln foi avaliada por sequenciamento. Após a cura clínica foi observada uma redução dos níveis de IgG1 e IgG3 anti-Lb (p<0.0001). O tempo de cura clínica neste estudo correlacionou-se negativamente com os valores de Índice de ELISA (IE) obtidos a partir de amostras de LCC<3a, para IgG (r= -0.79; p<0.0001), IgG1 (r=-0.64, p<0.001) e IgG3 (r= -0.4; p<0.05). As CMSP dos compartimentos de memória dos LCC 12-26a apresentaram aumento da ativação das células TME e TMC (p<0.05) frente aos antígenos de Lb, apesar de não ter sido observado expansão destes compartimentos. Foi observada uma frequência de 26,7% da Ln entre os isolados de LC. Ademais, dois pacientes de Ln evoluíram com falha terapêutica após o tratamento com antimonial ou pentamidina. Em um caso clínico foi descrita uma possível associação entre o LRV presente na Ln e o insucesso terapêutico por pentamidina
Os resultados acima indicam que: (1) após longo tempo de cura ocorre uma modulação da reposta imune de memória capaz de manter suas células ativadas, mas não expandir seus compartimentos frente a uma nova estimulação antigênica específica. Além disso, a IgG1 e IgG3 surge como uma importante ferramenta a ser utilizada no acompanhamento clínico dos pacientes. (2) Os casos de LTA por Ln podem não ser tão raros e nem ter um caráter benigno como é descrito na literatura. Estudos posteriores na região Amazônica poderão fornecer mais informação sobre a LTA causada por L. naiffi
Abstract
The main strategy
to control American tegumentary leishmaniasis (AT
L)
is
immunoprophylaxis. T
o date
,
no vaccine is available to control spread of the disease.
Moreover,
is still unknown what are the conditions that contribute to infected individuals evolve without
developing clinical signs of disease, presenting therapeut
ic failure, or otherwise, will develop
mucosal leishmaniasis. Thus, the purpose of this thesis was to evaluate the evolution of post
-
treatment cases of infection with
Leishmania naiffi
(
Ln
) and
L. braziliensis
(
Lb
) under two
different aspects: 1) describe
a series of cases of ATL caused by
Ln
selected from thirty
cutaneous leishmaniasis (CL) patients attend at the FMT
-
HVD, Manaus, in the period 2011
-
2013. 2)
Evaluating
the immunological signature, in terms of immunoglobulin subclasses and
differentiation pr
ofile and memory is similar between patients
Lb
with 26 years of healing after
treatment with two different treatment regimens with antimony. We studied 43 patients cured
cutaneous leishmaniasis (CCL), which are divided into groups: CCL patients followed f
rom the
active phase to three years (y) after cure of
Lb
infection (n= 23, CCL<3y), CCL patients healed
with up 26 years after infection by
Lb
(n= 12, CCL
12
-
26y
). In addition, 30 isolates of
Leishmania
of patients with cutaneous leishmaniasis (CL) from FM
T
-
HVD were evaluated.
Peripheral blood mononuclear cells (PBMC) were analyzed after
in vitro
stimulation with
antigen
Lb
. The phenotyping of T lymphocyte subpopulations was performed by flow cytometry
for the activation, immunological memory and immunosene
scence. The production of IgG and
its subclasses anti
-
Lb
were evaluated by ELISA. Isolates of
Leishmania
were characterized as to
species by isozyme technique. The presence of LRV in
Ln
was evaluated by sequencing. After
clinical cure was observed a reduct
ion in the levels of IgG1 and IgG3 anti
-
Lb
(
p
<0.0001). The
time of cure this clinical study was negatively correlated with the EI values
obtained from
CCL<3y samples for IgG (r=
-
0.79;
p
<0.0001), IgG1 (r =
-
0.64,
p
<0.001) and IgG3 (r=
-
0.4,
p<0.05). PBMC
of CCL
12
-
26y
patients showed increased activation of TEM and TCM cells
(
p
<0.05) when stimulated with
Lb
antigens, despite not having been observed expansion of
these compartments. A frequency 26.7% of
Ln
between CL isolates was observed. In addition,
two
Ln
patients progressed with treatment failure after treatment with antimony or pentamidine.
In a clinical case was described a possible association between the LRV present in
Ln
and
therapeutic failure by pentamidine. The above results indicate that: (1)
after long time healing
there is a modulation of the immune response of memory able to maintain its activated cells but
not expand its compartments front of new specific antigen stimulation. Moreover, IgG1 and
IgG3 appear as an important tool to be used in
clinical patient monitoring. (2) cases of LTA by
Ln
may not be as rare and even have a benign character as described in the literature. Later
studies in the Amazon region may provide more information about ATL caused by
L. naiffi
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