Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14059
Type
DissertationCopyright
Open access
Sustainable Development Goals
03 Saúde e Bem-EstarCollections
Metadata
Show full item record
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA ATENÇÃO BÁSICA E PROGRAMA FARMÁCIA POPULAR DO BRASIL: UMA ANÁLISE CRÍTICA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE PROVISÃO DE MEDICAMENTOS NO BRASIL
Política de Medicamentos
Políticas Farmacêuticas
Atenção Primária em Saúde
Políticas de Saúde
Modelo de Atenção
Medicines Policies
Pharmaceutical Policies
Primary Health Care
Health Policies
Care Models
Programas Governamentais
Política Nacional de Medicamentos
Controle de Medicamentos e Entorpecentes
Atenção Primária à Saúde
Política de Saúde
Brasil
Mattos, Leonardo Vidal | Date Issued:
2015
Alternative title
Pharmaceutical services for basic and Popular Pharmacy Program in Brazil attention: a critical analysis of public policies on drug supply in BrazilAuthor
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A implementação do Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB) no ano de 2004
introduziu no país uma terceira fonte de provisão de medicamentos, sendo as outras
duas a Assistência Farmacêutica na Atenção Básica (AFAB) e as farmácias
comerciais. O PFPB introduziu novos mecanismos, como o subsídio, o
copagamento e a parceria público privado (PPP) com o varejo farmacêutico na
modalidade Aqui Tem Farmácia Popular (ATFP), a qual se tornou a mais important
delas considerando o volume de recursos financeiros destinados e a quantidade de
pontos de dispensação. Entre as polêmicas envolvendo o programa, destaca-se o
tipo de relação entre o ATFP e a AFAB, se de competição ou complementariedade.
Este estudo teve como objetivo analisar as relações entre o ATFP e a AFAB, a partir
da caracterização e discussão destas políticas no contexto mais amplo de desafios
e disputas no Sistema Único de Saúde. Foram definidos como eixos de
caracterização os aspectos assistenciais, gerenciais e
políticos/econômicos/ideológicos. Estes foram organizados a partir de matriz que
orientou a sistematização dos dados. Realizou-se a revisão da literatura científica e
técnica, assim como consulta a bases de dados secundários de acesso público e a
documentos oficiais. Identificou-se que, apesar da AFAB e o ATFP possuírem
quantidades similares de pontos de dispensação, o número de municípios cobertos
pela primeira é maior (superior 90% contra 77% em 2014), assim como sua
utilização como fonte de obtenção de medicamentos para hipertensão e diabetes
(45-60% na AFAB e 13-19% no ATFP, sendo o restante obtido no setor privado).
Para outros medicamentos, o setor privado permanece como a principal fonte de
obtenção. Apesar da maior cobertura e utilização da AFAB, o financiamento do
ATFP cresceu de maneira acelerada, principalmente a partir da modalidade Saúde
Não Têm Preço (SNTP), tendo ultrapassado o montante destinado à AFAB mesmo
quando somadas as três esferas federativas. Os modelos de gestão são distintos.
De um lado, a AFAB se baseia nos pressupostos da administração direta pelo
Estado e apresenta problemas estruturais e de recursos humanos, além de
deficiências nas etapas de programação, aquisição e logística. De outro, sendo o
ATFP uma PPP, o Estado fica isento das responsabilidades citadas para a AFAB.
Todavia, as evidências disponíveis mostram que este modelo, que envolve
terceirização de funções, é menos custo-efetivo. A disponibilidade de medicamentos
no Farmácia Popular é bem superior, o que pode estimular uma possível migração
de usuários da AFAB para o programa, ainda que interminente. Ambas as políticas
apresentam baixa qualificação dos serviços, sendo focadas na distribuição em
detrimento da atenção e do cuidado. Este quadro aponta para uma priorização
financeira, política e simbólica do ATFP enquanto política pública. Por outro lado a
AFAB mantém suas precariedades. Diante das assimetrias entre AFAB e ATFP,
este trabalho analisou ainda a relação deste processo com questões políticas,
econômicas e ideológicas que influenciam os caminhos do sistema de saúde. Entre
elas, destacamos: o papel das políticas em questão na dinâmica dos modelos de
atenção, com foco na segmentação da demanda, nas tensões entre Atenção Básica. seletiva e abrangente e na mercantilização da saúde; o subfinanciamento e os
diferentes modelos de gestão dentro do contexto neoliberal, a expansão do mercado
farmacêutico e as relações com as políticas para o Complexo Econômico Industrial
da Saúde (CEIS). A partir da perspectiva da consolidação de um sistema de saúde
universal e redistributivo faz-se necessário ampla discussão sobre os rumos das
políticas farmacêuticas no Brasil, bem como o enfrentamento às principais questões
estruturais que a permeiam, como os altos e regressivos gastos privados, a baixa
qualificação dos serviços farmacêuticos, a regulação do setor privado e a
medicalização.
Abstract
The implementation of the Farmácia Popular do Brasil program (PFPB) in 2004
introduced a third source of medicines provision, the other two being the
Pharmaceutical Services in Primary Health Care (AFAB) and the retail pharmacies.
PFPB introduced new mechanisms, such as the subsidies, the copayment and the
public private partnership (PPP) with the retail pharmacies, in the Aqui Têm
Farmácia Popular (ATFP) modality, the main one considering investiments and
number of facilities. Among the controversies about the program, an important one is
the kind of relationship between the ATFP and AFAB, if competition or
complementarity. This study aimed to analyze the relationships between ATFP and
AFAB through the description and discussion of these policies in the broader context
of challenges and disputes in the Unified Health System. The description of both
policies was organized in three axes: services related, managerial related and
political/economic/ideological features. Data systematization was guided by a matrix
for each of the axes. A review of the scientific and technical literature was
conducted, as well as consultation to publicly available secondary databases and
official documents. It was found that, despite AFAB and ATFP having similar
amounts of dispensing points, there is a larger number of cities covered by AFAB
(higher than 90% against 77% in 2014), as well as their use as a source for obtaining
drugs for hypertension and diabetes (45-60% in AFAB and 13-19% in ATFP, the
remainder being obtained in the private sector). For other drugs, the private sector
remains the main source of provision. Despite the higher coverage and utilization of
AFAB, ATFP financing grew at an accelerated pace, particularly since the Saúde
Não Tem Preço (SNTP) initiative, exceeding the amount allocated to AFAB even
when added three federal spheres. The management models are different. The
AFAB is based on the direct state management assumptions and has in structural
and human resources problems as well as in programming, procurement and other
logistics steps weaknesses. On the other hand, the PPP on ATFP makes the state
exempted from the responsibilities cited for AFAB. However, the available evidence
shows that this model is less cost-effective, once it involves outsourcing functions.
The availability of drugs in the program is much higher, which can stimulate a
possible intermittent migration of AFAB users to PFPB. Both policies show low
qualification of pharmaceutical services offered, being the distribution of medicines
the main focus and releasing patient care to a second plan. This panorama points
out that a financial, political and symbolic priority is given to ATFP as a public policy.
On the other hand AFAB maintains its deficiencies. Faced with the asymmetries
between AFAB and ATFP, this work also examined the relationship of this process
with political, economic and ideological issues that influences the health system
trajectory. Some of them are: the role of the studied policies on the dynamics of
health care models, focusing on demand segmentation, the tensions between
selective and comprehensive primary health care models, health commoditization;
underfunding and the different management models within the neoliberal context; the
expansion of the pharmaceutical market and its relations policies for the Economic Industrial Health Complex (CEIS). From the perspective of consolidation of an
universal and redistributive health care system, it is necessary a broad discussion
about the direction of pharmaceutical policies in Brazil, as well as tackling the major
structural issues that permeate the medicines provision, such as the high and
regressive out-of-pocket spending, the low quality of pharmaceutical services, the
poor regulation of private sector and the medicalization.
Keywords in Portuguese
Programa Farmácia PopularPolítica de Medicamentos
Políticas Farmacêuticas
Atenção Primária em Saúde
Políticas de Saúde
Modelo de Atenção
Keywords
Popular Pharmacy ProgramMedicines Policies
Pharmaceutical Policies
Primary Health Care
Health Policies
Care Models
DeCS
Assistência FarmacêuticaProgramas Governamentais
Política Nacional de Medicamentos
Controle de Medicamentos e Entorpecentes
Atenção Primária à Saúde
Política de Saúde
Brasil
Share