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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/17318
“NADA MAIS NATURAL QUE AMAMENTAR”: DISCURSOS CONTEMPORÂNEOS SOBRE ALEITAMENTO MATERNO NO BRASIL
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Geociências. Departamento de Política Científica e Tecnológica. Campinas, SP, Brasil.
Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Geociências. Departamento de Política Científica e Tecnológica. Campinas, SP, Brasil.
Abstract in Portuguese
Este trabalho apresenta uma reflexão teórica acerca dos discursos expressos nos materiais de orientação sobre aleitamento materno desenvolvidos pelo Ministério da Saúde brasileiro na última década, sobretudo as campanhas publicitárias da Semana Mundial da Amamentação (SMAM), com o objetivo principal de identificar os sentidos da amamentação neles privilegiados ou silenciados. Por meio do resgate histórico de concepções sociais sobre aleitamento materno surgidas nas sociedades ocidentais a partir do século XVIII, quando tem início o movimento a que Foucault (1985) chamou de “poder sobre a vida”, e passando pelo movimento médico higienista, fortemente presente em nosso país na virada do século XIX para o XX, é possível perceber que os discursos contemporâneos oficiais que abordam a amamentação guardam significativas aproximações com aqueles dirigidos ao que Costa (1999) nomeou de “mãe higiênica”, que definiam a mulher como responsável pelo crescimento saudável dos jovens cidadãos, garantindo, assim, o futuro da nação. Os materiais de orientação atuais reproduzem, em geral, um modelo desenvolvimentista da comunicação, no qual a informação deve ser transmitida por meio de um processo linear, verticalizado e unidirecional (ARAÚJO, 2004), e permanecem pautados, basicamente, em uma visão instrumental do papel da mulher-mãe na sociedade.
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