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AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE COLEIRAS IMPREGNADAS COM DELTAMETRINA NO CONTROLE E PREVENÇÃO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA EM ÁREA ENDÊMICA.
Leite, Bruna Martins Macedo | Fecha del documento:
2016
Director
Co-director
Miembros de la junta
Afiliación
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Gonçalo Moniz. Salvador, BA, Brasil
Resumen en portugues
INTRODUÇÃO: A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose de grande importância
na saúde pública, causada pela Leishmania infantum. No Brasil, o parasito é
transmitido pela picada do Lutzomyia longipalpis e o cão é considerado o principal
reservatório doméstico. As medidas de controle da LV apresentam limitações que
comprometem a sua eficácia. Assim, novas estratégias precisam ser implementadas.
A utilização de coleiras impregnadas com deltametrina a 4% têm apresentado
resultados promissores na proteção individual de cães contra a picada do vetor
flebotomíneo e como medida de controle em regiões endêmicas da Europa.
Entretanto, ainda são escassos os estudos de campo que avaliaram a eficácia da
utilização da coleira como medida de controle da LV em áreas onde o Lu. longipalpis
é o vetor responsável pela transmissão. OBJETIVO: Avaliar a eficácia da utilização
de coleiras impregnadas com deltametrina a 4% em cães, no controle e prevenção da
leishmaniose visceral canina (LVC) em uma área endêmica do Brasil. MATERIAL E
MÉTODOS: Um estudo experimental longitudinal foi realizado em Camaçari - BA. A
localidade foi dividida em: i) área intervenção, onde os cães soronegativos utilizaram
uma coleira com deltametrina e ii) área controle, onde os cães soronegativos foram
acompanhados, mas não utilizaram a coleira. Nas duas áreas foram realizadas três
avaliações sorológicas dos cães domiciliados e semi-domiciliados e duas trocas de
coleira na área intervenção. Os animais foram identificados pelo preenchimento de
uma ficha e foram testados para LVC pelo TR DPP®LVC Bio-Manguinhos e pelo
EIE®LVC Bio-Manguinhos. Os cães soropositivos foram recolhidos pelo CCZ para
eutanásia e os soronegativos foram acompanhados. Bancos de dados foram
construídos no programa doFormsTM4.1.1 e analisados no EPI INFOTM7 para calcular
as taxas de soroprevalência e de incidência e compará-las entre os grupos, e o
programa STATA®12 foi utilizado para realizar a análise de sobrevivência, utilizando
o modelo de Cox. RESULTADOS: No primeiro inquérito, a soroprevalência foi
semelhante nas duas áreas, 26% na área intervenção e 31,9% na área controle. No
segundo inquérito, houve redução significativa da soroprevalência nas duas áreas,
porém não houve diferença estatisticamente significativa entre as áreas. No terceiro
inquérito, houve redução da soroprevalência na área intervenção e aumento na área
controle. Assim, a soroprevalência foi significativamente maior na área controle e a
razão de risco calculada apontou para proteção contra LVC em decorrência do uso da
coleira entre os cães da área intervenção. Em relação a incidência da LVC, a taxa de
proteção contra doença foi de 49% no último inquérito, entre os cães da área
intervenção, no entanto a diferença não foi estatisticamente significativa entre as
áreas. As curvas de sobrevivência das duas áreas do estudo foram comparadas pelo
teste de Wilcoxon e o resultado foi estatisticamente significativo (p=0,0074). No
modelo de Cox, a proteção contra LVC foi de 51% na área intervenção, entretanto não
houve associação significativa entre a soroconversão dos cães e a área de estudo a
qual eles pertenciam (p=0,104). CONCLUSÃO: A avaliação da eficácia do uso da
coleira como medida de controle não apresentou resultados conclusivos e a sua
implementação representa um desafio operacional para as autoridades de saúde.
Resumen en ingles
INTRODUCTION: Visceral leishmaniasis (VL) is a zoonosis of great importance in
public health, caused by Leishmania infantum. In Brazil, the parasite is transmitted by
the bite of Lutzomyia longipalpis and the dog is considered the main domestic
reservoir. The VL control measures have limitations that impair its efficacy. Thus, new
strategies need to be implemented. The use of collars impregnated with deltamethrin
4% have shown promising results in personal protection dogs against the bite of the
sandfly vector and as a control measure in endemic regions of Europe. However, there
are few field studies that evaluated the efficacy of using the collar as LV control
measure in areas where Lu. longipalpis is the vector responsible for transmition.
OBJECTIVE: To evaluate the efficacy of using collars impregnated with deltamethrin
to 4% in dogs for control and prevention of canine visceral leishmaniasis (CVL) in an
endemic area of Brazil. MATERIAL AND METHODS: A longitudinal experimental
study was carried out in Camaçari-BA. The locality was divided into: i) intervention area
where seronegative dogs used a collar with deltamethrin and ii) control area, where
seronegative dogs were followed, but did not use the collar. In both areas three
serologic evaluations of domiciled and semi-domiciled dogs and two collar exchanges
in the intervention area were performed. Animals were identified by filling out a form
and have been tested for CVL by TR DPP®LVC Bio-Manguinhos and the EIE®LVC Bio-
Manguinhos. The seropositive dogs were collected by the CCZ to euthanasia and
seronegative were followed. Databases were built in doFormsTM4.1.1 program and
analyzed in EPI INFOTM7 to calculate prevalence and incidence rates and compare
them between the groups, and STATA®12 program was used to perform the survival
analysis, using the model Cox. RESULTS: In the first survey, the seroprevalence was
similar in both areas, 26% in the intervention area and 31.9% in the control area. In the
second survey, there was a significant reduction in prevalence in both areas, but no
statistically significant difference between the areas was observed. In the third survey,
there was reduction of seroprevalence in the intervention area and increased in the
control area. Thus, the seroprevalence was significantly higher in the control area and
the risk ratio calculated pointed to CVL protection due to the use of the collar between
the dogs from the intervention area. Regarding the incidence of CVL, disease
protection rate was 49% in the last survey, among dogs of the intervention area,
however the difference was not statistically significant between the areas. The survival
curves of the two areas of study were compared using the Wilcoxon test and the result
was statistically significant (p=0.0074). In the Cox model, protection against CVL was
51% in the intervention area, however there was no significant association between
seroconversion of dogs and the study area to which they belong (p=0.104).
CONCLUSION: Evaluation of the efficacy of the use of the collar as a control measure
did not present conclusive results and its implementation is an operational challenge
for health authorities
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