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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/19291
COLONIZAÇÃO POR NEISSERIA MENINGITIDIS ENTRE ADOLESCENTES APÓS INTRODUÇÃO DA VACINA MENINGOCÓCICA C CONJUGADA EM SALVADOR, BRASIL
Nunes, Amélia Maria Pithon Borges | Date Issued:
2017
Advisor
Co-advisor
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Gonçalo Moniz. Salvador, BA, Brasil
Abstract in Portuguese
INTRODUÇÃO: Neisseria meningitidis é uma bactéria que coloniza habitualmente a mucosa do trato respiratório superior sem causar qualquer sintoma (estado de portador sadio). Eventualmente, ela pode invadir a mucosa faríngea e causar uma doença fatal. A colonização pelo meningococo depende da idade, sendo que os adolescentes e jovens adultos têm a maior prevalência. Por esta razão, eles são considerados como os maiores transmissores deste microrganismo. OBJETIVOS: Estimar a prevalência de portadores sadios de N. meningitidis em adolescentes de 11 a 19 anos de idade a após introdução da vacina meningocócica C conjugada em Salvador e investigar fatores associados com o estado de portador. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo de corte transversal que incluiu uma amostra aleatória de 1.200 estudantes, entre 11 e 19 anos de idade, de escolas públicas em Salvador, Bahia. Entre setembro e dezembro de 2014 foi realizada coleta de swabs orofaríngeos e N. meningitidis foi identificada por métodos clássicos e por Reação de Cadeia de Polimerase. RESULTADOS: A prevalência de portadores de N. meningitidis foi de 4,9% (Intervalo de Confiança 95%, 3,6 – 6,1). Dos 59 participantes colonizados, 36 (61%) eram portadores de cepas não-grupáveis enquanto sete (11,8%) eram colonizados pelo genogrupo B, cinco (8,5%) pelo genogrupo Y, quatro (6,7%) por E, três pelo genogrupo Z (5,1%), e dois (3,4%) de cada pelos genogrupos C e W. Não houve diferença na prevalência por grupo etário. A prevalência de colonizados por N. meningitidis foi 2,02 (IC 95%, 0,99 – 4,12, p=0,05) vezes maior em adolescentes que informaram que apenas um cômodo em suas residências era usado para dormir em comparação com aqueles que relataram dois ou mais cômodos usados para dormir. Quanto à exposição passiva ao tabagismo, adolescentes que informaram que apenas a mãe era tabagista no domicílio tiveram prevalência 2,48 (IC 95%, 1,6 – 5,29, p=0,01) vezes maior do que adolescentes que informaram não serem expostos ao tabagismo em seus domicílios. Frequência a festas/“shows” também foi associada à colonização pelo meningococo, sendo que a frequência a essas atividades por cinco ou mais vezes no mês resultou em uma prevalência de colonização 2,61 (IC 95%, 1,38 – 4,92, p=0,02) vezes maior do que adolescentes que relataram frequentar festas/“shows” apenas uma vez no mês. CONCLUSÕES: Os resultados deste estudo mostram que a prevalência de portadores sadios de N. meningitidis em adolescentes em Salvador, Bahia, é baixa e potencialmente influenciada pela baixa prevalência de N. meningitidis genogrupo C em função das campanhas de imunização contra este genogrupo realizadas em 2010. A contínua vigilância epidemiológica da doença meningocócica, aliada a estudos de prevalência de colonização por N. meningitidis, são importantes para identificar mudanças na dinâmica do meningococo, principalmente na emergência de doenças causadas por outros genogrupos que não o genogrupo C.
Abstract
BACKGROUND: Neisseria meningitidis is a bacterium that often colonizes the upper respiratory tract in humans, causing no harm (asymptomatic carriage state). Eventually, N. meningitidis can invade the pharyngeal mucosa and cause a fatal disease. The prevalence of meningococcal carriage is age dependent, being adolescents and young adults the most prevalent groups. For this reason, they are considered as the source of transmission of this microorganism. AIMS: To estimate the prevalence of meningococcal carriage among adolescents 11 to 19 years of age after mass meningococcal C conjugate vaccination in Salvador, Brazil, and investigate if factors are associated with N. meningitidis carriage among adolescents. MATHERIALS AND METHODS: In spring 2014, we performed a cross-sectional study with 1,200 public school students aged 11–19 years-old. Oropharyngeal swabs were collected to identify N. meningitidis by classical methods and Polimerase Chain Reaction. RESULTS: The overall prevalence of N. meningitidis were 4,9% (95% CI, 3.6 – 6.1). Of the 59 colonized participants, 36 (61.0%) carried non-groupable strains, while seven carried genogroup B (11.9%); five, genogroup Y (8.5%); four, genogroup E (6.8%); three, genogroup Z (5.1%); two, genogroup C (3.4%); and two, genogroup W (3.4%). There was no difference in colonization by age. Factors associated with carriage were having only one, shared, bedroom in the household (PR, 2.02; 95% CI, 0.99–4.12, p=0.05); the mother being the only smoker in the home (PR, 2.48; 95% CI, 1.16–5.29; p=0.01); and going to pubs/parties more than 5 times/month (PR, 2.61; 95% CI, 1.38–4.92; p=0.02). CONCLUSIONS AND STUDY CONTRIBUTIONS: Our findings show that N. meningitidis carriage rate in adolescents from Salvador, Bahia, is low and potentially influenced by the low prevalence of N. meningitidis genogroup C. However, continued epidemiological surveillance for meningococcal disease and carriage studies are important to identify changes in the meningococcal dynamics, including the emergence of diseases due to a non-C serogroup.
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