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Sustainable Development Goals
03 Saúde e Bem-EstarCollections
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RADIS - NÚMERO 16 - DEZEMBRO
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca | Date Issued:
2003
Responsible institution
Abstract in Portuguese
A 12ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília, teve início em meio a uma crescente insatisfação da população com o sistema de saúde do Brasil. Este sistema, ainda não eficaz e carente da qualidade desejada, não atende de maneira equânime e integral a todos os cidadãos, gerando descontentamento tanto entre os profissionais de saúde quanto entre os sanitaristas e militantes da saúde. Além disso, a subordinação das políticas sociais às políticas macroeconômicas liberais, o descumprimento da legislação e o desvio de verbas do SUS por governantes de várias regiões do país contribuíram para a persistência da desigualdade social no sistema de saúde. Entretanto, o caminho para a realização dessa conferência também foi pavimentado por movimentos coletivos em defesa do direito à saúde e por líderes comprometidos em colocar em prática a Constituição e as leis que estabelecem o Sistema Único de Saúde (SUS). Lideranças comunitárias e profissionais de saúde se engajaram em conselhos de saúde, enquanto equipes profissionais resistiram a pressões governamentais e implementaram experiências inovadoras em gestão e atenção à saúde em todo o país. A história das conferências de saúde, desde a sua primeira tentativa de descentralização em 1963 até a persistência nos princípios do SUS, influenciou o roteiro da 12ª Conferência. Com a eleição do atual governo, os ideais da Reforma Sanitária ganharam força novamente, e o compromisso do ministro Humberto Costa em seguir as resoluções da conferência como políticas de governo trouxe um novo significado para o evento. A preparação para a conferência envolveu debates e discussões em plenárias locais, setoriais, conferências municipais e estaduais. A Revista RADIS contribuiu para esse processo, abordando os temas relevantes, promovendo o debate entre diferentes visões e informando sobre os preparativos para a plenária final. Este número da RADIS destaca a importância de definir a "saúde que queremos" antes de analisar o "SUS que temos" e enfatiza a integralidade e a democracia como elementos essenciais para o avanço do SUS. A Fiocruz também contribuiu com diretrizes que enfatizam o direito à saúde, a intersetorialidade, a equidade, a integralidade e a questão democrática. A construção desse caminho para a 12ª Conferência Nacional de Saúde enfrentou desafios e contradições, mas também trouxe expectativas e esperanças. A participação direta na conferência representou uma oportunidade para os cidadãos se envolverem como agentes de mudança, implementando políticas de forma democrática e coletiva.
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