RADIS - Número 20 - Abril

Abstract

Aborda a prevalência de doenças como anemia falciforme, diabetes, hipertensão arterial, miomas e a deficiência da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase entre a população negra no Brasil. No entanto, destaca que a pobreza crônica, o racismo profundo e disfarçado são os principais determinantes da saúde dessa população. Dados epidemiológicos revelam que os negros brasileiros têm maior incidência de doenças e morte prematura em todas as idades. Ressalta que essa realidade tem sido objeto de pesquisa e discussão, levando a propostas de políticas de saúde específicas para a população negra. Essas políticas visam reduzir a desigualdade social e combater a discriminação racial. Destaca que o racismo persiste no Brasil, mesmo com a ideia de que a discriminação ocorre devido à pobreza e não à cor da pele. Isso resulta em exclusão social e funciona como um mecanismo de rejeição que impede a plena parceria social entre diferentes grupos. A invisibilidade do negro é apontada como um obstáculo cultural que afeta tanto o quadro de doenças quanto as ações de saúde. A médica e feminista Maria do Carmo Monteiro destaca que os profissionais de saúde são formados na ideologia racista. Portanto, a ruptura do silêncio em relação ao racismo é uma responsabilidade compartilhada por todos. O texto enfatiza que a superação da invisibilidade deve ser o ponto de partida para qualquer política pública voltada para a população negra. Além disso, menciona outros temas abordados na edição, como clonagem humana na Coreia do Sul, reestruturação da assistência psiquiátrica no SUS, instalação de uma fábrica pública de hemoderivados no país e uma entrevista com o ministro da Saúde.