Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23006
MORBIMORTALIDADE POR PARACOCCIDIOIDOMICOSE NO BRASIL: 1998 -2006
Blastomicose sul-americana
Micose
Internação hospitalar
Morbidade
Serviços de saúde
Epidemiologia
Doenças negligenciadas
South american blastomycosis
Mycosis
Hospitalization
Morbidity
Health services
Epidemiology
Neglected diseases
Paracoccidioidomicose/mortalidade
Hospitalização
Serviços de Saúde
Doenças Negligenciadas/epidemiologia
Doenças Negligenciadas/mortalidade
Coutinho, Ziadir Francisco | Date Issued:
2011
Alternative title
Morbidity and mortality from paracoccidioidomycosis in Brazil: 1998 -2006Author
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
INTRODUÇÃO: A paracoccidioidomicose (PCM) é micose sistêmica exclusiva do continente americano. O Brasil detém cerca de 80% dos casos da doença. OBJETIVO: A presente pesquisa analisa, pela primeira vez, a morbidade hospitalar da paracoccidioidomicose no Brasil avaliando-a conjuntamente com a mortalidade pela endemia. METODOLOGIA: Realizou-se um estudo descritivo da morbidade hospitalar e mortalidade por paracoccidioidomicose, no período de janeiro de 1998 a dezembro de 2006. Analisou-se sua distribuição no tempo e no espaço e as características epidemiológicas, sociodemográficas e administrativas. As variáveis analisadas foram: frequência dos eventos segundo local de residência e de ocorrência, sexo e idade, óbito hospitalar e ocupação. A fonte dos dados para internações foi o Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), e para os óbitos, o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM/SUS) do Sistema Único de Saúde. Selecionaram-se as internações e óbitos que tiveram como diagnóstico principal e causa básica, respectivamente, a paracoccidioidomicose (categoria B41) e a blastomicose (B40). O diagnóstico de blastomicose foi considerado equivalente a paracoccidioidomicose. RESULTADOS: No período estudado, ocorreram 6.732 internações e 1523 óbitos, representando, respectivamente, uma taxa de internação de 4,3 e uma taxa de mortalidade por paracoccidioidomicose de 1,0 por milhão de habitantes. A paracoccidioidomicose, com aproximadamente 50%, das internações e dos óbitos, foi a micose sistêmica mais prevalente, figurando entre as dez principais causas de mortalidade por doença infecciosa e parasitária de natureza crônica e recorrente. A maioria dos casos era do sexo masculino, com 82% das internações e 88% dos óbitos. Entre as ocupações bem definidas, 60% dos óbitos ocorreram em trabalhadores rurais. A distribuição temporal das internações por paracoccidioidomicose apresentou um ligeiro aumento, e a dos óbitos, uma leve tendência de queda, ao longo do período estudado – mas essas variações não se mostraram estatisticamente significativas. Segundo a distribuição geográfica, registraram-se internações em 27% dos 5.560 municípios brasileiros e óbitos em 15%, abrangendo, respectivamente, 35% e 19% do território nacional, sendo que 52% das internações se concentraram em apenas dez municípios. A análise geográfica das taxas de internação e de mortalidade configurou dois padrões de distribuição espacial da doença: 1) Um padrão mais concentrado, nas áreas tradicionais das regiões Sudeste e Sul, abrangendo 60% das internações e 70% dos óbitos, com polos mais descentralizados, abrangendo diversos municípios distribuídos pelo interior dessas regiões; e 2) Um segundo padrão de distribuição ao norte do Brasil, evidenciando uma faixa transversal de maior concentração com cerca de 27% das internações e 26% de óbitos, particularmente na borda sul da Amazônia e em parte da região pantaneira, o que sugere uma correspondência com a área de expansão de fronteira agrícola. CONCLUSÕES: O estudo demonstrou que a paracoccidioidomicose, com aproximadamente 50% das internações e dos óbitos, no período analisado, foi a micose sistêmica mais prevalente no Brasil e evidenciou a nova espacialização da endemia em face das transformações econômicas, ambientais e migratórias ocorridas no território brasileiro.
Abstract
INTRODUCTION: Paracoccidioidomycosis (PCM) is a systemic mycosis endemic to the American continent. Brazil holds about 80% of cases of the disease. OBJECTIVE: This study aims, first, to analyze, for the first time, the hospital morbidity together with the mortality due to this endemic in Brazil. METHODS: A descriptive study of hospital morbidity and mortality due to paracoccidioidomycosis, was performed from January 1998 to December 2006. Their distribution in time and space, their epidemiological, socio-demographic and administrative characteristics were analyzed. The variables included: frequency of events by place of residence and occurrence, sex and age, in-hospital death and occupation. The source of data for admissions was the Hospital Information System (SIH / SUS), and deaths, the Information System of Mortality (SIM / SUS) of the Unified Health System. All hospital admissions and deaths were selected, respectively, either as primary diagnosis and underlying cause, paracoccidioidomycosis (Category B41) and/or blastomycosis (B40). The diagnosis of blastomycosis was considered equivalent to paracoccidioidomycosis. RESULTS: During the period there were 6,732 hospitalizations and 1,523 deaths, representing respectively, a 4.3 rate of hospitalization and a mortality rate by paracoccidioidomycosis of 1.0 per million inhabitants. Paracoccidioidomycosis was the most prevalent, with approximately 50% hospital admissions and deaths due to all systemic mycoses. These rates proved that PCM is one of the ten leading causes of mortality by chronic and recurrent infectious diseases. The majority of the attained population were male, with respectively 82% and 88% of hospitalizations and deaths. Among the well-defined occupations, 60% of the deaths occurred in rural workers.Admissions were recorded in 27% and deaths by 15% of the 5,560 Brazilian municipalities, covering respectively 35% and 19% of 8,514,876.599 Km² of the Brazilian territory. The main poles of attraction were ten municipalities that held 52% of admissions. The temporal distribution of admissions for paracoccidioidomycosis showed a slight increase in deaths and a slight tendency to fall over the studied period, however, not statistically significant. The geographical analysis of hospitalization rates and mortality has set up two distribution patterns of the disease: 1) A more concentrated in traditional areas of southern and southeastern regions, covering 60% of admissions and 70% of all deaths, in more decentralized centers, spanning several counties distributed across the interior of these regions; and 2) A second pattern of distribution in northern Brazil revealed a transverse band of higher concentration of about 27% of admissions and 26% of deaths, particularly in the southern border of the Amazon and parts of the Pantanal region, suggesting a correspondence with the expanding area of new agricultural frontier. CONCLUSION: The study demonstrated that during the analyzed period paracoccidioidomycosis, with approximately 50% of all hospital admissions and deaths, was the most prevalent systemic mycosis in Brazil and showed a new spatial distribution of the disease in face of recent trends in the economic, environmental and migration that occur in the Brazilian territory.
Keywords in Portuguese
ParacoccidioidomicoseBlastomicose sul-americana
Micose
Internação hospitalar
Morbidade
Serviços de saúde
Epidemiologia
Doenças negligenciadas
Keywords
ParacoccidioidomycosisSouth american blastomycosis
Mycosis
Hospitalization
Morbidity
Health services
Epidemiology
Neglected diseases
DeCS
Paracoccidioidomicose/epidemiologiaParacoccidioidomicose/mortalidade
Hospitalização
Serviços de Saúde
Doenças Negligenciadas/epidemiologia
Doenças Negligenciadas/mortalidade
Share