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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23036
ESTUDO ULTRASSONOGRÁFICO DA DINÂMICA DA GORDURA DOS COMPARTIMENTOS CORPORAIS EM PACIENTES COM AIDS EM TRATAMENTO ANTIRETROVIRAL
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
Infecções por HIV
Lipodistrofia
Ultra-Sonografia
Signorini, Dario José Hart Pontes | Date Issued:
2011
Alternative title
Ultrasound study of the dynamics of body fat compartments in patients with AIDS in tratamentoantiretroviralAdvisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Entre as complicações metabólicas e morfológicas da terapia de supressão do HIV estão a distribuição anormal de gordura (lipodistrofia ou LD-HIV), dislipidemia, resistência à insulina e síndrome metabólica. Estas complicações aumentam o risco de doençascardiovasculares e favorecem o desenvolvimento de diabetes melito que podem efetivamente aumentar as taxas de morbimortalidade na população infectada pelo HIV. Este estudo visa avaliar o uso de ultrassonografia como um método barato e acessível para o diagnóstico e acompanhamento de pacientes em risco de LD-HIV.Os resultados estão apresentados na forma de três artigos científicos. No primeiro artigo, avaliamos a associação entre LD-HIV diagnosticada através de protocolo clínico (baseado em questionário) e as medidas ultrassonográficas dos quatro compartimentos de gordura corporal (CCG): face, braço, abdominal subcutâneo (compartimentosperiférico) e o compartimento visceral. Como resultado, uma probabilidade predita de 0,64 foi estimada, correspondendo a uma sensibilidade e especificidade de, respectivamente, 69,1 por cento e 94,9 por cento, e um Kappa de 65 por cento. Apesar da boa capacidade preditiva, a baixa sensibilidade da ultrasssonografia limita seu uso na rotina clínica como um método de uso exclusivo, recomendando, entretanto, o seu uso em combinação com a avaliação clínica. No segundo trabalho, foram analisadas as diferenças na quantidade de gordura no CCGs, utilizando o método ultrassonográfico, entre os pacientes com terapia de curtoprazo ( menor 1 ano) versus o uso prolongado da terapia antirretroviral (TARV), após ajuste para sexo, idade e índice de massa corporal (IMC). Os resultados, referentes a 187 indivíduos, apontam para CCGs maiores em mulheres, bem como associaçõessignificativas e positivas com valores de IMC. Indivíduos com tratamento de curtoprazo de ambos os sexos tinham, significativamente, menos gordura periférica e mais gordura visceral do que aqueles há longo tempo em terapia.
Concluímos que a sonografia pode detectar as diferenças na espessura de gordura dos compartimentos corporais estudados e sua mudança em resposta ao tratamento antirretroviral. O terceiro artigo avalia longitudinalmente, por ultrassonografia, alterações nos CCGs de90 pacientes infectados pelo HIV, por 18 meses. O uso do lopinavir (LOP) se mostrou associado a uma aceleração da perda de gordura facial, quando comparado com o atazanavir (ATV). Observou-se perda de gordura subcutânea abdominal naqueles comcomorbidade. Os diferentes intervalos de tempo de tratamento pré-estudoultrassonográfico (tempo entre o inicio da HAART e a data do primeiro ultrassom) associaram-se ao aumento da adiposidade visceral, enquanto o tempo de observação ultrassonográfico (primeiro e quarto exame ultrassonográfico) se mostrou associado à perda de gordura facial e abdominal. Conclui-se que o estudo da gordura da face e subcutâneo abdominal forneceria subsídios para a avaliação da lipoatrofia, enquanto a condição nutricional seria mais bem acompanhada através da adiposidade subcutânea abdominale visceral. Em conclusão, o método ultrassonográfico se mostrou satisfatório na mensuração da gordura dos compartimentos corporais estudados. Os resultados falam a favor da aplicação das medidas ultrassonográficas em série, em combinação com um questionário padronizado (baseado em avaliações clínicas) na rotina médica,possivelmente substituindo exames de imagem de alta tecnologia e dispendiosos, em unidades de saúde onde eles não estão disponíveis.
Abstract
Metabolic and morphologic complications of HIV suppression therapy include
abnormal fat distribution (lipodystrophy or LD-HIV), dyslipidemia, insulin resistance
and the metabolic syndrome. These complications increase the risk of cardiovascular
disease and foster the development of diabetes mellitus that can effectively increase the
rates of mortality and morbidity in the HIV-infected population. This study aims to
evaluate the use of sonography as an inexpensive and accessible method for the
diagnosis and follow-up of patients at risk of LD-HIV.
The results are presented in the form of three scientific papers. In the first paper, we
assessed the association between LD-HIV diagnosis based on a clinical protocol
(questionnaire-based) and the sonographic measurements of four body fat compartments
(CCG): face, arm, abdominal subcutaneous (peripheral compartments), and the visceral
compartment. Predictive value was estimated as 0.64, corresponding to a sensitivity and
a specificity of 69.1% and 94.9%, respectively, with a Kappa of 65%. Despite the good
predictive value, we concluded that the low sensitivity of sonography limits its use in
the clinical routine as a single assessment, but recommend its use in combination with
clinical assessment.
In the second paper, we analyzed the differences in the amount of fat in the CCGs, using
the sonographic method, comparing patients with short-term (< 1 year) versus long-term
use of antiretroviral therapy (TARV), controlling for sex, age and body mass index
(BMI). Findings from 187 individuals point to larger CCGs in women as well as
significant positive associations with the BMI. Individuals with short-term treatment of
both sexes had significantly less peripheral fat and more visceral fat, compared to those
in treatment for long time. We concluded that sonography could detect differences in fat
thickness of the body compartments under analysis and their change in response to
antiretroviral treatment.
The third paper evaluated longitudinally, by sonography, changes in the CCGs of 90
HIV-infected patients, over 18 months. The use of LOP was associated with an
acceleration of facial fat loss, compared with the ATV. There was loss of subcutaneous
abdominal fat in those patients with comorbidity. The different time intervals of
sonographic pre-study treatment (time between the start of HAART and the date of the
1st ultrasound) were associated with increased visceral adiposity, while the
observational time during sonographic study (1st
-4th sonographic examination) was
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associated with the loss of facial fat and abdominal. The assessment of subcutaneous
abdominal fat face may help to better evaluate lipoatrophy, whereas nutritional status
should be rather assessed by the analysis of abdominal subcutaneous fat and visceral
compartments over time.
In the context of HIV spread all over the world and treatment roll-out, sonography may
be used as a diagnostic tool for LD-HIV and a key resource for health professionals
aiming to selectively switch ARVs, reducing the risk of worsening lipoatrophy caused
by 1st line ARVs, the iatrogenic risks caused by exposure to radiation emitted by other
imaging techniques and the need to use new, more expensive, antiretrovirals. In this
sense, sonography can inform both clinical decisions and the rational use of scarce
resources.
DeCS
Terapia Anti-Retroviral de Alta AtividadeSíndrome de Imunodeficiência Adquirida
Infecções por HIV
Lipodistrofia
Ultra-Sonografia
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