Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23342
Type
DissertationCopyright
Open access
Embargo date
2018-01-12
Collections
Metadata
Show full item record
A ADESÃO AO TRATAMENTO ANTIRETROVIRAL DURANTE A GESTAÇÃO E APÓS O PARTO EM MULHERES ACOMPANHADAS NO HOSPITAL GERAL DE NOVA IGUAÇU
Gameiro, Eliete Reis da Cruz | Date Issued:
2016
Author
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: Nos últimos 20 anos houve importante redução nas taxas de transmissão mãe- filho do vírus da imunodeficiência humana (HIV). Desde 1994, após a implementação do protocolo Pediatric AIDS Clinical Trials Groups 076 (PACTG), que mostrou a eficácia do uso da zidovudina profilática na prevenção da transmissão mãe-filho do HIV, tem sido observada uma redução deste tipo de transmissão de 25% para 8%. A adesão à terapia antiretroviral (TARV) é crucial para otimizar sua eficácia e prevenir a transmissão pois permite a redução da carga viral para níveis indetectáveis. Objetivo: Avaliar a adesão da terapia antiretroviral durante a gestação em comparação com o período após o parto em mulheres portadoras de vírus da imunodeficiência humana. Metodologia: Foi realizado estudo descritivo observacional longitudinal em duas direções, em mulheres portadoras de infecção pelo HIV virgens de TARV, em acompanhamento no ambulatório de pré-natal do Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI). Foram analisadas as entrevistas de duas coortes, uma retrospectiva, acompanhada entre 2012 e 2014, e uma prospectiva entrevistada entre janeiro e setembro de 2015. Para medir a adesão foi utilizado o questionário de qualidade de vida, adesão e recursos (QLW0138), do grupo de ensaios clínicos em AIDS do National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID). Foram avaliadas a adesão recente (uso de TARV até 1 semana anterior à entrevista) e estendida (2 meses anteriores à entrevista) na gestação e no puerpério. Resultados. Em relação às 34 mulheres avaliadas na coorte retrospectiva, foram na sua maioria jovens (idade média de 27±6.6 anos), multíparas (44% tinha acima de 3 filhos), estavam desempregadas (68%) e 84% não tinham informado ao companheiro o diagnóstico de portadora do HIV. A adesão recente à TARV foi melhor durante após o parto do que na gestação (94% e 88%, respectivamente), mas a adesão estendida foi menor na gestação (35% 2 34 %, respectivamente). Entre os motivos de não adesão, os mais frequentes foram náusea, estigma e constrangimento. Um total de 59% das gestantes relatou ter ido à emergência e 86% relatou necessidade de hospitalização. A coorte prospectiva, tinha média de 27±7 anos de idade, 73% era multípara, 63% estava desempregada e 51% tinha contado ao parceiro sobre seu diagnóstico. A maioria (70%) procurou tardiamente o atendimento pré-natal, isto é, no terceiro trimestre de gestação. A adesão às doses da TARV, tanto recente, foi melhor (83%) no puerpério do que na gestação (79%). Dificuldades devidas à posologia, estigma e cansaço foram os principais motivos de não adesão nas gestantes, enquanto no puerpério, relataram estigma, atividades domésticas (atarefadas e cuidados com os filhos) e a posologia como motivos de não adesão. Em relação à qualidade de vida, embora uma elevada proporção das gestantes referiu mais do que uma ida à emergência (46%) e vários dias acamada (45%), poucas referiram hospitalização (13%). A pesar da baixa adesão à TARV, observou-se aumento de linfócitos T CD4+ redução da carga viral plasmática após o parto nas duas coortes. Conclusão: O atendimento por equipe multidisciplinar pode reverter as barreiras de não adesão e assim contribuir para a redução da transmissão mãe-filho.
Abstract
Introduction: During the past 20 years there have been important reductions in mother-to-child human immunodeficiency virus (HIV) transmission rates. From 1994, after the implementation of the Pediatric Trials Clinical Groups 076 protocol which showed the efficacy of prophylactic zidovudine in preventing HIV transmission, a reduction from 25% to 8% of this type of transmission has been observed. Adherence to antiretroviral therapy (ART) is crucial for optimizing effectiveness and preventing mother-to-child transmission by reducing the viral load to undetectable levels. Objective: Evaluate adherence to antiretroviral therapy during pregnancy compared to the postpartum period in women with human immunodeficiency virus. Methods: A longitudinal observational descriptive study in two directions was performed with women with HIV, with no previous ART, accompanied at the antenatal clinic of the General Hospital of Nova Iguaçu (HGNI). Interviews of two cohorts were analyzed: a retrospective accompanied from 2012 to 2014 and a prospective accompanied from January to September of 2015. To measure adherence, a questionnaire, from the clinical trials group on AIDS of the National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID), on quality of life, adherence and resources (QLW0138), was utilized. Recent adherence (use of ART up to 1 week before interview) and extended adherence (2 months before the interview) during pregnancy and postpartum. Results. Regarding the 34 women evaluated in the retrospective cohort were mostly young (mean age 27 ± 6.6 years), multiparous (44% had more than 3 children) were unemployed (68%) and 84% had not informed the companion the diagnosis of HIV positive. The recent adherence to ART was better during after delivery than during pregnancy (94% and 88%, respectively), but the extended membership was lower during pregnancy (35% 2 34%, respectively). Among the non-adherence of reasons, the most common were nausea, stigma and embarrassment. A total of 59% of pregnant women reported to have gone to emergency and 86% reported the need for hospitalization. The prospective cohort had an average of 27 ± 7 years old, 73% were multiparous, 63% were unemployed and 51% had told their partner about their diagnosis. Most (70%) belatedly sought prenatal care, ie, in the third trimester of pregnancy. Adherence to antiretroviral therapy doses of both recent, was better (83%) in the postpartum period than during pregnancy (79%). Difficulties due to dosage, stigma and tiredness were the main reasons for non-adherence in pregnant women, while in the postpartum period, reported stigma, domestic activities (busy and child care) and dosage as nonadherence reasons. Regarding quality of life, although a high proportion of pregnant women reported more than a trip to the emergency (46%) and several days in bed (45%), few mentioned hospitalization (13%). Despite the low adherence to ART, lymphocyte increase was observed CD4 + reduction in plasma viral load after delivery in both cohorts. Conclusion: care by a multidisciplinary team can reverse the non-adherence barriers and thus contribute to the reduction of mother-child transmission.
Share