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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23566
IMPACTO FUNCIONAL DO FATOR DE CRESCIMENTO SEMELHANTE À INSULINA I (IGF-I) NA INFECÇÃO DE MACRÓFAGOS PELO MYCOBACTERIUM LEPRAE
Costa, Fabrício da Mota Ramalho | Date Issued:
2016
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Macrófagos e células Schwann infectados pelo Mycobacterium leprae e com aspecto espumoso são encontrados nas lesões de pele e nervo, respectivamente, de pacientes com hanseníase multibacilar. Recentemente foi mostrado que este aspecto espumoso se deve ao acúmulo de lipídeos na célula infectada, resultante da capacidade do M. leprae de induzir a formação de corpúsculos lipídicos (CLs), tanto em monócitos quanto em células de Schwann, sendo este fenômeno importante para sua sobrevivência intracelular. No entanto, os mecanismos que levam ao acúmulo de lipídeos na célula infectada permanecem pouco esclarecidos. Estudos anteriores demonstraram a capacidade do M. leprae de induzir a expressão do fator de crescimento semelhante à insulina I (IGF-I) tanto em macrófagos como em células de Schwann. O IGF-I é um hormônio que apresenta múltiplas ações biológicas, dentre elas a modulação do metabolismo lipídico e a regulação da resposta imune e inflamatória. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a participação do IGF-I na biogênese de CLs induzidos pelo M. leprae e na sobrevivência bacteriana em macrófagos humanos Para tal, monócitos e macrófagos derivados de monócitos primários humanos ou macrófagos derivados da linhagem THP-1 foram utilizados em diferentes protocolos, a saber: a) para investigar a capacidade do IGF-I em induzir CLs, após tratamento com o hormônio, as células foram coradas com Oil Red O e os corpúsculos quantificados por microscopia; também a expressão da proteína adipofilina (ADRP) e de proteínas envolvidas no metabolismo lipídico foram avaliadas por RT-PCR quantitativo (qPCR); b) para analisar o papel do IGF-I na indução de CLs pelo M. leprae em macrófagos, as células foram infectadas na presença de anticorpo neutralizante específico para o receptor de IGF-I (IGF1R), seguida da marcação por Oil Red O e quantificação dos CLs por microscopia; e c) para avaliar a influência do IGF-I nos mecanismos microbicidas do macrófago e na sobrevivência intracelular do M. leprae, o IGF1R foi silenciado utilizando RNAi e tanto a expressão do peptídeo anti-microbiano catelicidina como a viabilidade do M. leprae foram avaliados por qPCR. Verificamos que o IGF-I per se é capaz de induzir a formação de corpúsculos lipídicos tanto em monócitos como em macrófagos humanos. Também o IGF-I se mostrou capaz de regular positivamente os níveis de RNAm da ADRP e da enzima HMGCoA redutase (via de biossíntese de colesterol) em monócitos humanos. Em macrófagos, mas não em monócitos, a indução de CLs por IGF-I parece ser acompanhada da secreção de prostaglandina E2 (PGE2) O bloqueio da via do IGF- 1R resultou numa redução na formação de CLs induzida por M. leprae, sugerindo que este hormônio tem um papel na biogenese de corpúsculos induzida pelo M. leprae. Finalmente, foi demonstrado que o IGF-I modula negativamente a expressão de catelicidina, produto da via microbicida dependente de vitamina D, favorecendo a sobrevivência do M. leprae. Em conjunto, nossos dados sugerem que o IGF-I contribui para a manutenção de um nicho favorável para a sobrevivência do M. leprae na célula hospedeira, participando do acúmulo de lipídeos e atenuando mecanismos microbicidas no macrófago infectado. Como parte final deste trabalho, tendo em vista o papel relevante do IGF-I na patogenia da hanseníase, através de uma análise genética identificamos 6 polimorfismos de base única (SNP) candidatos no gene do IGF-I que poderiam estar associados a uma maior ou menor susceptibilidade à hanseníase na população brasileira
Abstract
Foamy macrophages and Schwann cells containing high numbers of Mycobacterium leprae are found in skin and nerve lesions, respectively, of patients with multibacillary leprosy. It was recently demonstrated that the foammy aspect of infected cells is due to the accumulation of host cell lipids as a result of the capacity of M. leprae to induce the formation of lipid bodies (LBs), this event being important for bacterial intracellular survival. However, the mechanisms that lead to lipid accumulation were not fully elucidated. It was previously, demonstrated that M. leprae is ability to induce the expression of insulin-like growth factor I (IGF- I) in macrophages and Schwann cells. IGF-I is a hormone that has multiple biological actions, such as modulation of lipid metabolism and regulation of the immune and inflammatory responses. The main goal of this work was to evaluate the participation of IGF -I in the biogenesis of LBs induced by M. leprae in human macrophages and in bacterial survival To accomplish this goal, human primary monocytes and monocyte-derived macrophages or macrophages derived from the THP -1 monocytic cell line were used in the the following protocols: a) to investigate the capacity of IGF-I to induce LBs, after hormone treatment cells were stained with Oil Red O and LBs were quantified by microscopy; additionally, theexpression levels ofadipophilin (ADRP) and other genes involved in lipid metabolism were measured by quantitative RT-PCR (qPCR); b) to analyze whether IGF-I participates in the LB biogenesis induced by M. leprae, macrophages were infected in the presence of a neutralizing antibody specific to the IGF -I receptor (IGF1R followed by Oil Red O staining; c) to evaluate the effect of IGF-I on the macrophage anti-bacterial mechanisms and M. leprae intracellular survival , IGF1R was silenced using RNAi and both the expression of the microbicidal peptide chatelicidin and M. leprae viability were acessed by qPCR. We found that IGF-I per se is able to induce LB formation in human monocytes and macrophages. IGF-I was also able to induce the expression of ADRP and HMGCoA reductase, in macrophages, but not in monocytes, LB induction seems to correlate with prostaglandin E2 (PGE2) production. Moreover, blocking IGF-1R signaling resulted in decreased levels of LB formation induced by M. leprae in macrophages, suggesting that this hormone plays a role in LB biogenesis during M. leprae infection Finally, it was shown that IGF-I negatively modulates the expression of cathelicidin, a product of the vitamin D-microbicidal dependent pathway, favoring the survival of M. leprae. Altogether, our data suggest that IGF -I contributes to maintain a favorable niche for M. leprae survival inside the host cell, by inducing lipid accumulation and attenuation of microbicidal mechanisms in infected macrophages. Based on the potential relevance of IGF-I in leprosy pathogenesis, as a last step of this study, we performed an in silico genetic analysis, identifying six single nucleotide polymorphisms (SNPs) in the IGF-I gene as candidates that may be linked to leprosy susceptibility in the Brazilian population
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