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DissertationCopyright
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Sustainable Development Goals
08 Trabalho decente e crescimento econômicoCollections
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ESTRESSE PSICOSSOCIAL E VÍNCULO PROFISSIONAL EM TRABALHADORAS DAENFERMAGEM: UMA ANÁLISE DA FLEXIBILIZAÇÃO DO TRABALHO A PARTIR DAESCALA DESEQUILÍBRIO ESFORÇO-RECOMPENSA
Estresse Ocupacional
Flexibilização dos Vínculos
Esforço-Recompensa
Comaru, Claudia Marques | Date Issued:
2011
Alternative title
Psychosocial stress and bond daenfermagem professional workers: an analysis of flexible work from daescala effort-reward imbalanceAuthor
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Na era da globalização, novos processos produtivos surgem sob a lógica da produção da
acumulação flexível, que passa a interferir nas relações de trabalho, permitindo a
flexibilidade dos vínculos de trabalho. Estudos apontam consequências deletérias das
“novas formas de trabalho” à saúde dos trabalhadores. No entanto, estudos que tenham
como foco o vínculo profissional e a saúde são escassos. Este estudo tem como objetivo
analisar a associação entre o tipo de vínculo de trabalho e o estresse psicossocial
percebido por profissionais de enfermagem utilizando o Modelo Desequilíbrio esforçorecompensa (DER), tendo como objetivos específicos (i) Caracterizar os vínculos de
trabalho segundo variáveis sociodemográficas e ocupacionais; (ii) Descrever o estresse
psicossocial no trabalho na população segundo variáveis sociodemográficas e
ocupacionais e (iii) Verificar a associação entre os tipos de vínculo e o DER nos dois
hospitais avaliados. O estudo foi realizado em dois hospitais públicos na cidade do Rio
de Janeiro entre junho de 2005 e março de 2006. A coleta de dados baseia-se no
preenchimento de um questionário que inclui diversas escalas, dentre elas a escala
Desequilíbrio Esforço-recompensa. Neste estudo foram analisadas a razão DER e as
dimensões esforço e recompensa. Foi analisada exclusivamente a amostra feminina de
enfermeiras, auxiliares e técnicas de enfermagem, constituída de 1008 mulheres no
Hospital 1 e 246 mulheres no Hospital 2. Foram analisados os vínculos permanente,
terceirizado e contratado (Hospital 1) e permanente e cooperativado (Hospital 2). Nas
análises, as profissionais terceirizadas e contratadas (Hospital 1) e cooperativadas
(Hospital 2) foram comparadas às do quadro permanente. Análises descritivas segundo
o vínculo empregatício e segundo nível de DER baseiam-se em testes de qui-quadrado
(significância de 0.05). As análises multivariadas baseiam-se em regressões logísticas.
Todas as análises foram realizadas através do pacote estatístico SPSS. As trabalhadoras
terceirizadas, contratadas e cooperativadas são mais jovens, com maior proporção de
solteiras e sem filhos. A análise multivariada revelou que trabalhar com contrato
temporário ou terceirizado atuou como fator de proteção em relação ao Alto DER após
ajuste por variáveis de confundimento (Hospital 1). Em relação às dimensões da escala,
observamos menores chances de referir Alto Esforço entre as profissionais terceirizadas
e temporárias quando comparadas às permanentes (OR=0,52 IC95% 0,32-0,86 e
OR=0,43 IC95% 0,25-0,73, respectivamente). Quanto à recompensa, os resultados
apontam maiores chances de Baixa Recompensa entre os terceirizados (Hospital 1),
com valor limítrofe (OR=1,62 IC95% 0,99-2,65). Em conjunto, o estudo revela que a
situação aparentemente desvantajosa no que concerne ao tipo de contrato das
profissionais terceirizadas, cooperativadas e com contrato temporário não se expressa de
forma direta e linear nos resultados da escala DER. Aspectos da reestruturação do
trabalho, como a alta rotatividade da força de trabalho, podem contribuir na formação
de um cotidiano de trabalho de maior estresse. A complexidade no estudo dos impactos
do trabalho à saúde dos profissionais com vínculos flexíveis exige novas investigações
no sentido de elucidar aspectos do ambiente psicossocial no trabalho de enfermagem em
hospitais públicos.
Abstract
The era of globalization brings new processes under the logic of flexible accumulation
which interferes with labor relations, allowing the flexibility of working contracts and
arrangements. Studies indicate deleterious consequences of the “non-standard work
arrangements” to workers' health. However, studies that focus on the employment status
and health are scarce. This study aims to examine the association between the type of
work arrangements and psychosocial stress perceived by nursing workers by means of
the Effort-reward imbalance (ERI) model. Specific objectives are: (i) to characterize
the work contracts according to sociodemographic and occupational variables, (ii) to
describe the psychosocial work stress in the population according to sociodemographic
and occupational variables and (iii) to test the association between the types of work
contracts and ERI in two public hospitals. The study was conducted in two public
hospitals in the city of Rio de Janeiro from June 2005 to March 2006. Data collection
was based on a questionnaire that included several scales including the effort-reward
imbalance (ERI) scale. In this study was analised the ERI ratio and the dimensions of
effort and reward. Only data from female workers (registered nurses, nurse aides and
nursing technicians) were analyzed. The sample consisted of 1008 women at Hospital 1
and 246 women at Hospital 2. We analyzed the ratio effort/reward as well as the effort
and reward scores separately. The following types of work contracts were identified:
permanent staff, temporary contracted and outsourced (Hospital 1) and permanent staff
and cooperative contract (Hospital 2). In the analysis, all types of non-permanent
workers were compared to those of the permanent staff. Descriptive analyses according
to the employment status and the level of ERI were based on chi-square tests
(significance 0.05). Multivariate analyses were based on logistic regressions. All tests
were performed using the SPSS package. The outsourced, temporary contracted and
cooperative workers were younger, with higher proportions of singles and childless.
Multivariate analysis revealed that work on temporary contracts or as outsourced acted
as a protective factor in relation to the High ERI, after adjustment for confounders
(Hospital 1). Regarding the dimensions of the scale, both outsourced workers and
workers with temporary contracts were less likely to be classified in the High Effort
group, as compared to workers from the permanent staff (OR= 0.52 95%CI 0.32-0.86
and OR= 0.43 95%CI 0.25-0.73, respectively). As for the reward, the results indicate a
greater chance of Lower Reward among temporary contracted workers (Hospital 1) with
a borderline value (OR = 1.62 95% CI 0.99 to 2.65). In sum, the results reveal that the
seemingly disadvantageous situation with regard to the employment status of
outsourced workers, cooperatives and workers with temporary contracts is not
expressed directly on a linear basis in the results of ERI. Aspects of the restructuring of
work, as the high turnover of workforce, may contribute to the formation of a daily
work of increased stress. The complexity in the study of the impacts of the work of
health professionals with flexible contracts requires further investigations designed to
elucidate aspects of psychosocial work environment of nursing works in Brazilian
public hospitals.
Keywords in Portuguese
Saúde do TrabalhadorEstresse Ocupacional
Flexibilização dos Vínculos
Esforço-Recompensa
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