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Type
DissertationCopyright
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Sustainable Development Goals
01 Erradicação da pobrezaCollections
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CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRAFICAS, DEFICIT COGNITIVO E CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS DE CUIABÁ, MT
Quality of Life
Psychomotor Performance
Dementia
Neurocognitive Disorders
Socioeconomic Factors
Brazil
Dependency, Psychological
Prevalence
Demografia
Qualidade de Vida
Desempenho Psicomotor
Transtornos Neurocognitivos
Fatores Socioeconômicos
Brasil
Dependência Psicológica
Prevalência
Oliveira, Paulo Henrique de | Date Issued:
2010
Alternative title
Sociodemographic characteristics, cognitive deficit and functional ability of elderly subjects from Cuiabá, MTAuthor
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: O rápido processo de envelhecimento populacional brasileiro tem conduzido ao
aumento do quantitativo de idosos na população e, como conseqüência, maior prevalência de
doenças crônicas e a necessidade de medidas preventivas, para a redução das suas
complicações, de forma a proporcionar uma melhor qualidade de vida a esse grupo
populacional. No Brasil, a procura por Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI)
vem aumentando e a dependência do idoso no ambiente familiar, por incapacidades funcionais
e/ou mentais, é um fator que contribui para a institucionalização.
Objetivo: Avaliar a capacidade funcional e o déficit cognitivo em idosos institucionalizados de
Cuiabá, Mato Grosso, e identificar fatores relacionados a essas condições.
Metodologia: Foi realizado um estudo epidemiológico seccional com 154 indivíduos de 60 ou
mais anos de idade, residentes em três ILPI da cidade. Os dados do estudo foram coletados
através de entrevista com os idosos e complementados, por informações de prontuários e da
equipe técnica e administrativa das instituições. Foi utilizado um instrumento de coleta de
dados, contemplando variáveis como características sócio-demográficas e de apoio social,
tempo de institucionalização e relativas à saúde. Realizou-se análise descritiva através de
distribuições de freqüência e de medidas de tendência central e dispersão. Estimou-se a
prevalência de dependência em Atividades da Vida Diária (AVD) segundo as variáveis do
estudo e as razões de prevalências para análise dos fatores associados. A regressão de Poisson
foi empregada na análise multivariada. Análise similar foi realizada para a dependência em
Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD). Considerando o escore do Mini-exame do
estado mental (MEEM) como variável de desfecho, foram estimadas as prevalências de déficit
cognitivo e respectivas razões de prevalências para verificar possíveis associações.
Resultados: A média de idade foi de 77,08 anos (dp 9,2), com mediana de 77 anos e o tempo
médio de institucionalização correspondeu a 4,2 anos (dp 6,5), com mediana de 1,9 anos. Eram
do sexo masculino 61% dos indivíduos, a maioria tinha idade acima de 70 anos, predominaram
os solteiros e escolaridade inferior a 4ª série. A presença de morbidades foi referida por 55,8%
dos idosos e o uso de até dois medicamentos ao dia por 63,6%. Entre as morbidades mais
relatadas, encontram-se os problemas articulares e oculares com prevalências acima de 30%. A
prevalência de dependência em AVD foi de 44,0%. A condição de dependência apresentou
associação com todas as variáveis examinadas. No modelo multivariado, ausência de contato
com familiares e saúde auto-referida de regular a muito ruim se mostraram associados à
dependência e aumentaram em quase duas vezes a probabilidade de apresentar essa condição. A
prevalência de dependência em AIVD foi de 88,7%. Sexo feminino, ausência de contato
familiar e déficit cognitivo no MEEM estiveram associados à dependência. Presença de déficit
cognitivo, ausência de contato familiar e sexo feminino permaneceram no modelo multivariado
e aumentaram cerca de uma vez e meia a probabilidade de apresentar essa condição. Entre os
idosos avaliados pelo MEEM (102), a prevalência de déficit cognitivo foi de 23,8%, tomando
como base o percentil 25 da distribuição dos escores da amostra. Foi observada associação do e
déficit cognitivo com escolaridade (analfabetos RP=3,39) e tempo de permanência na
instituição (mais de 5 anos RP=2,32). Sexo, idade e estado conjugal também se mostraram
associadas a essa condição.
Conclusão: Neste estudo foi observado que a maioria dos idosos institucionalizados
apresentava envelhecimento mal sucedido, caracterizado por comorbidades e dependência para
realizar as atividades básicas e instrumentais da vida diária, além de déficit cognitivo. Há
necessidade de realização de estudos longitudinais que avaliem fatores de risco para
dependência, durante o envelhecimento, de modo a facilitar o planejamento de estratégias de
promoção de saúde e de prevenção das incapacidades. As ações a serem planejadas devem visar
à garantia da independência e maior qualidade de vida do idoso. Considerando ser essa uma
população bastante diferenciada, com características de baixa escolaridade, alta prevalência de
incapacidade e escassa rede de apoio social, existe também necessidade de outras investigações
para estabelecer o ponto de corte mais adequado do MEEM para a triagem de déficit cognitivo
nesse grupo.
Abstract
Introduction: The fast growth of the Brazilian aging population has resulted in an increased
number of elders and in a higher prevalence of chronic diseases. In order to provide a better
quality of life for this population, there is need of preventive measures to reduce the effects of
these diseases. In Brazil, the demand for senior citizen homes is increasing. The dependency of
the older individuals on the family environment, due to functional and/or mental disability is a
contributing factor to institutionalization.
Objective: To evaluate functional ability and cognitive impairment in elderly institutionalized
subjects from Cuiabá, Mato Grosso, and identify factors related to these conditions.
Methods: We conducted a cross-sectional epidemiologic study with 154 patients over 60 years
of age, residents of three senior citizen homes in the city. Study data was collected through
interviews with the elderly and complemented by information from medical records and from
the technical and administrative team of the institutions. The data collection instrument included
socio-demographic and social support variables, length of institutionalization and variables
related to health. A descriptive analysis was performed using frequency distributions and
measures of central tendency and dispersion. The prevalence of dependence in Activities of
Daily Life (ADL) according to the study variables and the prevalence ratios were estimate for
analysis of associated factors. Poisson regression was used for multivariate analysis. Similar
analyses were performed for dependency in Instrumental Activities of Daily Life (IADL).
Considering the Mini-mental state examination (MMSE) score as an outcome variable, we
estimated the prevalence of cognitive impairment and prevalence ratios to assess possible
associations with the other variables.
Results: The mean age was 77.08 years (SD 9.2), with a median of 77 years and mean duration
of institutionalization corresponding to 4.2 years (SD 6.5) and a median of 1.9 years. Most
subjects were older than 70 years, 61% were male and single, having less than the 4th grade of
school. The presence of morbidity was reported by 55.8% of the elderly and the use of up to
two medicines a day for 63.6%. The most frequently reported morbidities were joint and eye
problems with prevalence above 30%. The prevalence of dependence in ADL was 44.0%. The
condition of dependency was associated with all the independent variables examined. In the
multivariate model, having no contact with relatives and regular to very poor self-rated health
were associated with dependence and increased almost two times the probability of having this
condition. The prevalence of dependence in IADL was 88.7%. Being female, not having contact
with relatives and cognitive impairment on the MMSE were associated with dependence. These
variables remained in the multivariate model and increased one and a half times the probability
of having this condition. Among the elderly assessed by the Mini-Mental State Examination
(102), the presence of cognitive impairment was detected in 23.8% (24), based on the 25th
percentile of the score distribution of the sample. Cognitive impairment was associated with
educational level (illiterate PR = 3.39) and length of stay in the institution (more than 5 years
PR = 2.32). Gender, age and marital status were also associated with this condition.
Conclusion: In this study it was observed that most of the institutionalized elderly had
unsuccessful aging, characterized by comorbidities, dependence to perform basic and
instrumental activities of daily living, and cognitive impairment. There is need for longitudinal
studies that assess risk factors for dependence in aging people, in order to enable the planning of
strategies for health promotion and prevention of disabilities. The actions to be planned should
aim to ensure the independence and improved quality of life of the elderly. Considering that this
old population is quite different, with characteristics of low education, high prevalence of
disability and poor social support, there is also need for further investigations to establish the
most appropriate cutoff point for MMSE when screening for cognitive impairment in this group.
Keywords
DemographyQuality of Life
Psychomotor Performance
Dementia
Neurocognitive Disorders
Socioeconomic Factors
Brazil
Dependency, Psychological
Prevalence
DeCS
Saúde do Idoso InstitucionalizadoDemografia
Qualidade de Vida
Desempenho Psicomotor
Transtornos Neurocognitivos
Fatores Socioeconômicos
Brasil
Dependência Psicológica
Prevalência
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