Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27904
DIVERSIDADE GENÉTICA E SUSCETIBILIDADE ANTIFÚNGICA DE CEPAS AMBIENTAIS E CLÍNICAS DE CRYPTOCOCCUS NEOFORMANS E CRYPTOCOCCUS GATTII NO BRASIL
Cryptococcus Gattii
Epidemiologia Molecular
Farmacorresistência Fúngica
Trilles, Luciana | Date Issued:
2008
Author
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A criptococose representa importante problema de saúde pública no Brasil. É micose de caráter sistêmico, causada por espécies do “complexo Cryptococcus”: Cryptococcus neoformans (Cn) e Cryptococcus gattii (Cg). Cn é cosmopolita, causando principalmente meningoencefalite em hospedeiros imunodeprimidos. Já Cg causa meningite e pneumonia fúngica em hospedeiros imunocompetentes de áreas tropicais e subtropicais, com expressiva letalidade no Brasil (56%). Técnicas moleculares permitem identificar espécies e os principais tipos moleculares destes agentes, VNI, VNII, VNIII, VNIV (Cn) e VGI, VGII, VGIII e VGIV (Cg). O tipo VNI é oportunista e predominante em todo mundo, associado a AIDS e outras condições de imunodepressão; VGI é o tipo molecular de Cg mais comum no mundo, porém VGII parece ser o mais virulento, sendo o agente da única epidemia de criptococose em humanos e animais já relatada, e que ainda se encontra em evolução no Canadá. O objetivo deste trabalho foi realizar estudo do perfil de sensibilidade antifúngica e genotípico de isolados brasileiros de Cn e Cg. O método de microdiluição em caldo foi utilizado para os testes de suscetibilidade antifúngica de 30 Cn e 57 Cg frente a 9 drogas. A tipagem molecular foi realizada por “PCR fingerprinting” e URA5-RFLP, o tipo sexuado foi determinado por PCR com primers específicos do gene de feromônio, e isolados atípicos foram caracterizados pela técnica de RCA (“Rolling Circle Amplification”). Cg demonstrou ser menos suscetível do que Cn frente a 7 das 9 drogas testadas. Testes in vitro de associação de micafungina com azóis demonstraram potencialização da atividade das drogas com possível aplicação em esquemas terapêuticos combinados. No Brasil, de 320 isolados Cn analisados, VNI predominou (88,4%), ocorrendo em todas as regiões, principalmente associado a AIDS. Com relação a 123 isolados Cg, predominou o tipo molecular VGII (74,8%), o principal agente da criptococose primária. Já o VGI, o mais comum no mundo, ocorreu somente nas regiões S e SE do país (12,2%). Considerando a recente emergência do VGII em regiões temperadas (Canadá), torna-se necessário o contínuo monitoramento regional dos tipos moleculares circulantes no Brasil, bem como a identificação de surtos de criptococose em humanos. Nova técnica molecular RCA, permitiu a rápida identicação de Cn e Cg, bem como distinção de alguns tipos moleculares e de isolados híbridos AD e possíveis híbridos AB.
Abstract
Cryptococcosis, an important public health problem in Brazil, is a systemic mycosis caused by two species of the Cryptococcus neoformans complex: Cryptococcus neoformans (Cn) and Cryptococcus gattii (Cg). While Cn is cosmopolitan, causing meningoencephalitis mainly in immunocompromised hosts, Cg causes pneumonia and meningitis predominantly in immunocompetent hosts in tropical and subtropical areas, exhibiting high lethality rates in Brazil (56%). Both species and the 8 major molecular types, VNI, VNII, VNIII, VNIV (Cn) and VGI, VGII, VGIII, VGIV (Cg) can be identified by molecular techniques. VNI is oportunistic and predominates worldwide, assocoiated to AIDS and other immunodeficiencies; VGI is the most common Cg molecular type, but VGII seems to be the most virulent and has been identified as the agent of the only reported human and animal outbreak of this mycosis, which is still ongoing in the Vancouver Island, Canada. The aim of this study is to determine the antifungal susceptibilities and the genotypes of Brazilian Cn and Cg isolates. Antifungal susceptibility tests of 30 Cn and 57 Cg against 9 drugs were carried out using the microdilution method. The molecular typing was performed by PCR fingerprinting and URA5-RFLP techniques. PCR using pheromone specific primers identified the mating types and atypical isolates were characterized by RCA (\201CRolling Circle Amplification\201D) Cg showed to be less susceptible than Cn against 7 out of 9 drugs tested. Combination in vitro of micafungin with azoles showed synergy and thus, a possible therapeutical applicability. Out of the 320 Brazilian Cn isolates analyzed, VNI predominated (88.4%), occurring in all regions associated to AIDS. Among the 123 Cg isolates analyzed, VGII predominated (74.8%), being the principal agent of primary cryptococcosis by Cg in the N and NE regions of Brazil. Although VGI is the most common worldwide, it occurred only in the S and SE regions of the country (12.2%). Considering the recent VGII emergence in temperate climates (Canada), it is important to monitor continuously the regional pattern of molecular types present all over the country, allowing the identification of outbreaks of cryptococcosis. The new RCA molecular technique permitted quick identification of Cn and Cg, as well as distinguishing some molecular types and some AD hybrid isolates and possibly AB hybrids.
Keywords in Portuguese
Cryptococcus NeoformansCryptococcus Gattii
Epidemiologia Molecular
Farmacorresistência Fúngica
Share