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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/29652
PARTICIPAÇÃO SOCIAL E CIDADANIA
Nascimento, Kátia Maria Santos do | Date Issued:
1996
Alternative title
Social participation and citizenshipAdvisor
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.
Abstract in Portuguese
Este trabalho tem como tema participação social e cidadania, aqui abordada tendo
como enfoque a saúde pública e as diretrizes do sistema único de saúde. Trata-se de uma
análise sobre direitos sociais, defendendo-se a igualdade universal do acesso a condições de
vida e saúde a partir dos pressupostos da igualdade jurídica dos cidadãos.
Tendo como modelo teórico de análise o paradigma de compreensão de sociedade
classista, entende-se os determinantes das relações de poder entre Estado e Sociedade como
sendo a dominação hegemônica de classes sobre o processo produtivo em conflito com as
forças sociais dos segmentos não hegemônicos que compõem a classe trabalhadora, tendo o
Estado como mediador dos conflitos de interesses que caracterizam as lutas históricas pela
conquista dos direitos de cidadania.
A cidadania como resultante das modificações a nível dos avanços nos movimentos e
lutas sociais é produto do desenvolvimento do homem, não podendo ser conceituada
desconsiderando as relações sociais contraditórias que a caracterizam sob concepções que não
são estáticas no processo histórico de transformações das sociedades, de suas normas, regras,
leis e instituições.
Ao utilizarmos o conceito de cidadania universal durante a análise, entende-se esta
universalidade como igualdade de direitos e de condições de participação dos indivíduos nas
decisões públicas, reconhecendo-se a lei como um mecanismo necessário para resguardar tais
direitos ao invés de se constituir em mecanismo autoritário que não visa preservar a vida. As
normas jurídicas devem assegurar uma ordem social em função da coletividade.
Pode-se afirmar que os processos democráticos e autoritários que verifica-se a nível
amplo nas sociedades se refletem também em outros espaços como no setor saúde,
representando manifestações individuais ou coletivas de compreensão do significado de
participação para os indivíduos que pertencentes a um Estado, pertencem a um território
onde podem aglutinar-se e formar grupos, conselhos, associações ou participar dos já
reconhecidos formalmente e tomar decisões que mesmo com uma aparência de democracia,
podem reproduzir as características que se dão a nível amplo, tais como: concentração de
poderes, populismo, lideranças autocráticas, representações ilegítimas, abuso de autoridade,
entre outros entraves a uma participação livre, autônoma e consciente.
No campo da saúde, ao se discutir tomando como referencial a constituição (1988) o
processo de democratização e descentralização, os principais entraves entendidos como
limites institucionais da democracia e participação não se distanciam das características
supracitadas. Entretanto, não é temática deste trabalho, abordar cada um dos limites
mencionados, mas entender os obstáculos estruturais organizacionais e políticos para a
efetivação de um modelo de saúde(SUS) adequado às reais necessidades dos usuários. Nessa
perspectiva, a participação é entendida como a livre manifestação de reivindicações que pode
conduzir a possibilidade de reformas concretas na área de saúde.
A universalização do atendimento a saúde e igualdade no acesso aos serviços
constituem os principais pontos que defende-se neste trabalho como forma de efetivação de
uma cidadania legalmente estabelecida.
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