Mulher maravilha sexualidade feminina em discursos nas revistas Claudia e Mulher Dia-a-dia

Abstract

A presente tese aborda os discursos sobre a sexualidade feminina e sua relação com a saúde sexual e reprodutiva, nas revistas destinadas às mulheres. Parte-se do pressuposto que a comunicação de massa tem uma atuação preponderante na sociedade contemporânea, influindo na vida social e subjetiva dos indivíduos. Buscou-se, assim, identificar nas revistas quais os discursos veiculados sobre a sexualidade feminina, suas vinculações com a saúde sexual e reprodutiva e a forma como eles foram transmitidos. Para isto, foi utilizado o método de análise crítica de discurso proposto por Fairelough. Baseada na apreciação das revistas Mulher Dia-a-Dia e Claudia, a pesquisa se deteve na valorização do dito e do não dito, do que estava nas entrelinhas e no detalhe das chamadas e reportagens. Desta forma, o foco do estudo centrou-se nos sentidos, nos valores e nas perspectivas pelas quais os discursos sobre a sexualidade feminina puderam ser identificados.Ao término do trabalho, pode-se considerar que a sexualidade feminina permanece subordinada tanto às relações hierárquicas de gênero, quanto aos discursos da mídia e da publicidade, por imporem, às suas leitoras, um perfil idealizado de mulher maravilha. Ambos os discursos são repressores da liberdade e autonomia das mulheres, embora preguem seu oposto. Quanto à relação entre a sexualidade e a saúde sexual e reprodutiva, ressalta-se que, implicitamente, os discursos se circunscreveram aos aspectos atinentes à vivência do sexo com liberdade, predominando o hedonismo, típico da sociedade de consumo. Além disso, a sexualidade feminina foi difundida, segundo a lógica do mercado, demonstrando seu intrínseco atrelamento à cultura de massa.