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- IFF - Teses de Doutorado [183]
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DO CORPO QUE LAMENTA AO CORPO QUE GRITA: ANÁLISE DE UMA PROPOSTA DE ATENDIMENTO A MULHERES COM DOR CRÔNICA E HISTÓRIAS DE VIOLÊNCIA
Almeida, Anna Paula Florenzano de | Date Issued:
2008
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. Departamento de Ensino. Programa de Pós-Graduação de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher. Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Abstract in Portuguese
A presente tese buscou investigar o acompanhamento de um grupo
psicoterápico explorando a história de violência na vida de mulheres com queixa
de dor crônica, que solicitam atendimento na Clínica de Dor do Hospital
Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A somatização de apresentação foi um dos temas destacados para se pensar a
ligação entre violência e dor crônica. A metodologia adotada une as abordagens
qualitativa e quantitativa, visando ampliar a extensão da análise do tema. Foram
investigadas 85 mulheres atendidas na referida clínica no mês de julho e agosto
de 2006. Nestas pacientes foram aplicadas três escalas que permitiram descrever
a existência ou não de histórias de violência verbal/simbólica, física e sexual; os
diagnósticos de transtornos mentais mais freqüentes; e também a auto-estima
destas mulheres. Num segundo momento realizou-se um grupo com 12 pacientes
que apresentaram história de violência física e sexual e transtorno de somatização
nas escalas. Nestas mulheres do grupo foram aplicadas além das escalas de
auto-estima e de transtornos mentais, duas outras escalas: de resiliência e de
qualidade de vida, antes do grupo iniciar e no término do grupo. Quanto aos
resultados, 38,8% sofreram violência na infância e adolescência. 71,8% das
pacientes apresentaram histórias de violência verbal/simbólica, 36,5% violência
física, 24,7% lesão e 23,5% violência sexual. E também, 79 (95,2%) das 85
pacientes têm algum transtorno mental.Os transtornos que mais aparecem são:
somatoformes, do humor e de ansiedade. A grande maioria de mulheres que
foram vitimas de violência apresenta baixa auto-estima. Mais de 50 % das
pacientes melhoraram a auto-estima depois do grupo. Não houve diferença
significativa nas escalas de resiliencia, qualidade de vida e transtornos mentais.
Os temas discutidos e vivenciados no grupo foram: corpo e suas emoções,
relação mães e filhos, sexualidade, estereótipos e papéis de gênero,
conjugalidade, limites a comportamentos abusivos, e estratégias de enfrentamento
à violência. As mulheres do grupo mudaram padrões de comportamento,
retornando à escola, melhorando a imagem corporal e reavaliando situações de
violência. O grupo contribuiu para o “empoderamento” das mulheres, tornando-as
agentes de sua própria transformação. Diante dos resultados, aponta-se para a
necessidade dos serviços de saúde estarem mais atentos a conexão entre
violência prévia e dores crônicas, investindo no preparo dos profissionais da área
de saúde para atender a esses pacientes.
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